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Check-up da Comissão Europeia: mostre seu apoio aos relatos integrados
A Comissão Europeia lançou uma consulta pública para reavaliar se os requisitos atuais de relatos impostos pela União Europeia ainda estão adequados à finalidade para quais foram criados. Esta consulta ajudará a definir o futuro das divulgações corporativas em toda a Europa.
Considerada uma estrutura cada vez mais utilizada e relevante, a Comissão Europeia busca avaliar quais os benefícios que o relato integrado poderá trazer, assim como seu papel no futuro das divulgações corporativas na Europa.
O IIRC está solicitando aos seus stakeholders que respondam à essa consulta, demonstrando assim que apoiam os relatos integrados.
Perguntas da consulta pública incluem:
- Você concorda que relatos integrados podem oferecer os seguintes benefícios?
- Alocação de capital mais eficiente através de informações de melhor qualidade aos provedores de capital
- Melhoria nos processos de tomada de decisões e gerenciamento de riscos nas empresas devido a visão integrada e melhor compreensão do processo de criação de valor.
- Redução de custos para quem prepara
- Redução de custos para quem utiliza
- Outros diferenciais
- Você concorda com a seguinte declaração?
- Um movimento em direção ao uso de relatos integrados na UE deve ser encorajado
- Os custos de elaboração de relatos mais integrados seriam proporcionais aos benefícios gerados (seriam custos eficientes)
A Comissão requer provas e exemplos concretos para fundamentar as respostas. Compartilhamos aqui algumas das evidências mais recentes que demonstram a importância dos relatos integrados:
- Houve uma clara mudança de direção nos últimos dois anos, todos reiterando a importância da conectividade e integração das informações, incluindo: FSB Task Force on Climate-related Financial Disclosure Recommendations (Força Tarefa do FSB sobre Recomendações de Divulgação Financeira Relacionadas ao Clima), European Commission Guidelines on Non-Financial Reporting (Diretrizes da Comissão Europeia sobre Divulgações de Informações Não Financeiras), International Federation of Accountants: ‘Enhancing Organization Reporting’ (Federação Internacional de Contadores: relatório sobre ‘Melhorando os Relatos Organizacionais’), High Level Expert Group on Sustainable Finance Final Report (RelatórioFinal sobre Peritos Seniores em Finanças Sustentáveis) e a United Nations Sustainable Development Goals Target 12.6 (Metas e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas 12.6).
- Além da Europa, há uma tendência e esforços semelhantes acontecendo em todo o mundo, tais como a divulgação corporativa integrada e o diálogo com investidores corporativos no Japão e as diretrizes de divulgações de acordo com códigos de governança corporativa em países como a África do Sul, Malásia e Nova Zelândia.
- Nos últimos quatro anos, a agência de comunicação corporativa “Message” vem revisando as divulgações das principais empresas listadas na Europa para identificar as tendências atuais. Na pesquisa deste ano, eles identificaram “integração” e “concisão” como as principais tendências que impulsionam as divulgações das principais empresas. De acordo com a Message, a maioria das empresas deixou de divulgar o relatório RSC (responsabilidade social corporativa) e o Relatório Anual e passaram a divulgar um único relatório que consolida também os aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG).
- Muitas empresas já utilizam a Estrutura Internacional para Relato Integrado como um guia para a implementação da Non-Financial Reporting Directive (Diretiva de Divulgações de Informações Não Financeiras). Atualmente, empresas em mais de 20 países membros da UE estão voluntariamente inovando através de relatos integrados, incluindo metade das companhias listadas no índice CAC40 na França, um terço das companhias listadas na Holanda e mais de quarenta companhias na Espanha. Isso ocorre porque o Framework (Estrutura ) é uma ferramenta utilizada por empresas que buscam oferecer informações e indicações futuras, identificar riscos, descrever seu modelo de negócios e incorporar o princípio da conectividade.
- A Estrutura reconhece a importância da informação sobre sustentabilidade mas incentiva a empresa a pensar sobre isso em termos de insumos, produtos e resultados. E isso torna as informações não financeiras estrategicamente relevantes. Por exemplo, em seu Relatório Integrado, a empresa de tecnologia alemã SAP declara que uma mudança de um ponto percentual no engajamento dos funcionários teria um impacto de 45 a 55 milhões de euros em seu lucro operacional. Eles estão deixando claro aos seus stakeholders que as informações não financeiras são estrategicamente relevantes (embora a Estrutura não determina que sejam divulgadas informações monetizadas).
- Uma pesquisa do Eurosif revelou que 83 de 90 investidores institucionais europeus apoiavam a Non-Financial Reporting Directive (Diretiva de Informações Não Financeiras) e acredita tais diretrizes levarão à integração das informações não financeiras com as informações financeiras. Há muitas razões para desejarem isso. Evidências acadêmicas demonstram que um relato integrado está positivamente associado à liquidez das ações e ao valor da empresa (Universidade Stanford). A pesquisa também concluiu que as ações das empresas que divulgam mais do que apenas as informações financeiras tiveram desempenho melhor do que as empresas que não divulgam (Universidade de Cingapura) e que quanto melhor for o relato integrado de uma empresa, maior será a sua avaliação de mercado (Nanyang Business School). Relatos integrados conduzem à uma base de investidores de longo prazo (Harvard Business School), que mantêm maiores participações nessas empresas trazendo vantagens para o mercado acionário (KPMG). Os investidores acreditam que relatos integrados são essenciais nas suas tomadas de decisão sobre investimentos. Dezoito organizações de investidores confirmaram isso através desta declaração.
- O feedback recebido pelos participantes do programa global Estrutura sugerem que, embora a elaboração de relatos integrados pode inicialmente significar custos maiores, na medida em que as empresas avançam nesses esforços elas se tornam mais capazes de ganhar eficiências significativas nas divulgações.
- As empresas que adotam relatos integrados confirmam que essa abordagem melhorou seus processos de tomada de decisões internas, o desempenho futuro da companhia e também ajudou a aumentar a confiança de seus stakeholders (veja aqui o Purpose Beyond Profit, 2018, AICPA and Black Sun). Assim, as empresas que adotam relatos integrados são claramente mais beneficiadas.
Se você tiver alguma dúvida sobre esta consulta e como ela está relacionada a relatos integrados ou, se precisar de mais informações sobre os benefícios e evidências da adoção de relatos integrados, entre em contato com a Juliet Markham através do e-mail juliet.markham@theiirc.org
Você já respondeu à pesquisa dos stakeholders do IIRC?
Estamos ansiosos para saber os seus pontos de vista sobre o tema de relatos integrados para que possamos avançar no desenvolvimento desse importante movimento global, assim como informar a nossa estratégia e nossos planos futuros. Convidamos você a participar de uma pesquisa nos dando feedback sobre vários temas relacionados ao relato integrado, sobre o panorama mais amplo de divulgações corporativas e também sobre o trabalho do IIRC.
O resultado desta pesquisa será crítico para o desenvolvimento da nossa estratégia e somos gratos pela sua ajuda e pelo seu tempo em responder as questões. A pesquisa será encerrada na sexta-feira, dia 8 de junho. As perguntas podem ser visualizadas neste documento PDF.
Professor Mervyn King Discurso Histórico em 2018
O Presidente do Conselho do IIRC, o Professor Judge Mervyn King, fez um discurso histórico na Universidade Deakin no dia 22 de fevereiro de 2018, examinando a história dos negócios e como a governança corporativa se desenvolveu por meio de revoluções industriais. O Sr. King analisa o papel do relato integrado e por que, na medida em que entramos na quarta revolução industrial, os negócios não podem continuar como de costume. Segue abaixo uma transcrição de seu discurso.
A primeira revolução industrial, iniciada no final do século XVIII, concentrou-se nos benefícios da água e da energia a vapor para mecanizar a produção de bens. Máquinas começaram a ser usadas no lugar de trabalho humano e animal. Embora já houvesse poluição antes desta época, as emissões de poluentes pelas fábricas mecanizadas deram início às perigosas emissões antrópicas como as que conhecemos hoje.
Em meados do século XIX, as famílias ricas haviam contribuído com capital de risco para organizações, das quais tinham responsabilidades ilimitadas. Como consequência, além do capital de risco, estas famílias também eram responsáveis por todas as reivindicações dos credores e empregados em caso de falência e começaram a relutar contra isso. Assim como hoje, os políticos da época queriam que mais empregos fossem criados e começaram a pensar na criação de uma “pessoa” jurídica com responsabilidades limitadas.
Isto foi recebido com oposição, particularmente pelos teólogos. Foi o Lord Thurlow, em 1844, quem disse: como pode o homem, e as mulheres, eram somente os homens naquela época, ter a audácia de criar uma pessoa. Somente o Todo Poderoso pode criar uma pessoa. Além disso, a criação de tal pessoa será aquela “que não tem corpo para ser chutado, não tem alma para ser condenada e não tem consciência”. Os teólogos estavam certos pois uma empresa é uma pessoa jurídica que não tem coração, mente ou alma própria. Seus diretores, uma vez nomeados, tornam-se o coração, a mente e a alma da empresa.
Este entendimento dá conteúdo ao desenvolvimento, a partir do século XIX, dos deveres fiduciários, de boa fé e lealdade dos diretores para com a empresa, bem como dos deveres de cuidado, habilidade e diligência. Esses deveres são exatamente iguais os deveres de um curador de um ser humano incapacitado. O denominador comum é a incapacidade.
Continue lendo este discurso no site do IIRC.
IIRC, UNCTAD, WBCSD e NBA: O papel das empresas no atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Após um evento conjunto organizado em 23 de abril de 2018 pela United Nations Conference on Trade and Development (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, ou UNCTAD na sigla em inglês), o International Integrated Reporting Council (Conselho Internacional para Relato Integrado, ou IIRC na sigla em inglês), o World Business Council for Sustainable Development (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, ou WBCSD na sigla em inglês), e o Royal Netherlands Professional Association of Accountants (Associação Profissional dos Contadores da Holanda Real, ou NBA na sigla em inglês), as quatro organizações emitiram a seguinte declaração:
Como organizações comprometidas com o desenvolvimento sustentável e transparência, a UNCTAD, IIRC, WBCSD e NBA, juntaram-se no dia 23 de abril para um diálogo com seus stakeholders na sede da ONU em Nova York. O diálogo focou em como medir a contribuição do setor privado para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (Sustainable Development Goals, ou SDGs na sigla em inglês). O evento confirmou o papel das empresas para alcançar os ODS, inspirando-se no Objetivo 17 e na necessidade de cooperação e parcerias.
Os ODS proporcionam às empresas uma estrutura que permite transformar as necessidades e ambições globais em soluções de negócios, possibilitando uma melhor gestão de riscos operacionais e regulatórios enquanto, ao mesmo tempo, liberando oportunidades únicas de mercado. Em 2017, o relatório Better Business Better World da Business and Sustainable Development apontou que há US$12 trilhões de oportunidades econômicas que poderiam ser criadas anualmente se as ambições dos ODS forem atingidas até 2030.
Muitas empresas já estão se mobilizando em torno dessa agenda e os detalhes do desempenho relacionado aos ODS também estão começando a serem incorporados nas divulgações corporativas. A edição de 2017 do relatório Reporting Matters do WBCSD concluiu que 79% das empresas estudadas mencionam os ODS nas suas divulgações de sustentabilidade. No entanto, os desafios ainda continuam em termos de como o atingimento aos ODS pode ser mais substancialmente integrado à estratégia corporativa e às divulgações da empresa.
Daqui para a frente, incentivamos que as empresas alinhem seus modelos de criação de valor com os ODS e que usem métricas relevantes para avaliar e comunicar o desempenho (no curto e longo prazo). Para atingir isso e ganhar confiança aos stakeholders, há uma necessidade urgente de fornecer informações relevantes e confiáveis sobre como as empresas estão contribuindo com os ODS.
As divulgações corporativas têm um papel importante na comunicação do desempenho da empresa em relação aos ODS, fornecendo informações para os mercados de capital e aos governos nacionais para avaliar como as empresas estão contribuindo para as Metas e integrando-as aos seus negócios.
À medida que mais empresas integrarem os ODS em seus negócios, fluxos significativos de investimentos serão direcionados para modelos de negócios que são sustentáveis. Portanto, alavancar a forma tradicional de como as empresas fazem suas divulgações corporativas para comunicar os ODS será crucial. Desta forma, os ODS não serão uma nova demanda de divulgação, que só aumenta a carga já existente de trabalho e impede tomadas de decisões pela dificuldade de isolar informações materiais. Pelo contrário, os ODS se tornarão uma nova maneira de demonstrar crescimento, progresso e geração de valor a longo prazo.
É importante que os governos incentivem as empresas a relatarem o atingimento das metas dos ODS dentro de seus relatos corporativos. As métricas fornecidas pelos principais indicadores da UNCTAD podem servir como base e serem usadas pelos governos. No entanto, em muitos países, notamos que as divulgações avançaram além das medidas de referência e incentivamos uma maior integração entre as informações financeiras e não financeiras para apresentar uma visão mais coerente do desempenho da empresa.
Nesse sentido, uma maior colaboração entre as organizações que estão desenvolvendo e orientando o aumento do alcance dos ODS ao público corporativo é muito importante. Uma maior colaboração e alinhamento resultará em melhorias na medição, inovação e desempenho.
O mundo está prestando muita atenção aos ODS e está focado em conseguir medir a contribuição do setor privado. A escala necessária só será alcançada quando as empresas e governos investirem tempo e energia para tornar a integração dos ODS clara e simples para os principais tomadores de decisão, transformando o conhecimento e a aceitação dos ODS como pré-requisito para a realização de negócios.
Ao trabalhar em conjunto, os governos, as empresas e os investidores poderão assegurar que as informações relatadas sejam relevantes e confiáveis para as tomadas de decisões e na alocação de capital.
Tatiana Krylova, UNCTAD disse: “O relato de empresas tem um papel crítico na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 uma vez que pode enriquecer e aprimorar o mecanismo de monitoramento dos ODS, fornecendo aos stakeholders maneiras de avaliar os impactos econômicos, ambientais e sociais das empresas no desenvolvimento sustentável. No entanto serão necessários maiores esforços na integração de informações de sustentabilidade no ciclo de divulgações das empresas e melhoria na qualidade e comparabilidade dos relatórios de sustentabilidade para facilitar esse papel. O trabalho atual do Intergovernmental Working Group of Experts on International Accounting and Reporting (ISAR) da UNCTAD na seleção de um número limitado de indicadores básicos de ODS ajudaria as empresas e o políticos, bem como outros interessados, a fornecerem informações sobre a contribuição do setor privado para os ODS de uma maneira consistente e comparável. “
Peter Bakker, Presidente e CEO da WBCSD disse: “Os ODS proporcionam às empresas uma agenda poderosa para o futuro que queremos. Ao considerar cuidadosamente como sua estratégia e ações podem impactar os ODS, as empresas podem melhorar sua gestão de risco e aproveitarem oportunidades únicas, tudo ao mesmo tempo em que ajuda a guiar o mundo em direção à entrega de um futuro mais sustentável e inclusivo. Este evento destaca a importância de medir o progresso das empresas em relação aos ODS em suas divulgações corporativas”.
Richard Howitt, CEO da IIRC disse: “As Nações Unidas identificaram que a integração das divulgações é algo crítico para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As empresas que se comprometem com os ODS não estarão simplesmente contribuindo para as metas globais em benefício do planeta, mas estarão, ao mesmo tempo, ajudando a garantir a estabilidade e o desenvolvimento sustentável do seu negócio. A visão do IIRC inclui o desenvolvimento sustentável em sua essência e, por isso, acreditamos que é oportuno demonstrar como os relatos integrados podem ser aproveitados pelas organizações cuja estratégia é alinhar-se aos ODS. Eu encorajo uma maior integração de iniciativas alinhadas aos ODS para acelerar sua adoção pelas empresas e investidores em suas atividades principais”.
Paul Hurks, Diretor de Assuntos Internacionais da NBA disse: “A crescente demanda dos investidores por divulgações corporativas referente aos ODS enfatiza que as informações dos ODS são, na verdade, informações pré-financeiras. A inclusão de ODS na estratégia dos negócios é inevitável para as empresas manterem uma licença operacional de longo prazo em termos de sustentabilidade, além de implicitamente manter os negócios viáveis em termos financeiros”.