IIRC Newsletter – Edição de Outubro/14

06
nov

IIRC exige que G20 subscreva a recomendação do B20

No mês passado informamos que o B20 recomendou ao Comitê Internacional para o Relato Integrado (IIRC) e ao Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) a revisão do modelo de relatório corporativo para torná-lo mais favorável aos investimentos de longo prazo. Agora, o IIRC pleiteia ao G20 que assimile esta recomendação e incentive os países membros a eliminar ou minimizar os atuais obstáculos à implementação de uma reforma no relato corporativo e ao ‹IR›, em particular.

O IIRC solicita que o G20 tome medidas numa escala nacional para alinhar os princípios de relato corporativo aos objetivos da política econômica particular à promoção de investimentos de longo prazo.

A presidência australiana do G20 concentra-se na identificação das recomendações práticas – e praticáveis – que possam ser implantadas de modo coordenado e coeso pelos países membros; ação que fará verdadeira diferença na promoção do crescimento, no nível de empregos e de melhores padrões de qualidade de vida na próxima década. O ‹IR› foi levantado ao nível do B20 em relação à questão da lacuna global em investimentos disponíveis em infraestrutura e, especificamente, pela Força-Tarefa de Investimento e Infraestrutura em seu Sumário da Política em julho de 2014.

O IIRC responderá à recomendação do B20 e trabalhará para identificar formas práticas, a fim de destravar os investimentos e garantir que o sistema de relato corporativo esteja apoiando — e não atrapalhando — os investimentos de longo prazo tão essenciais para o aumento do nível de empregos, para o crescimento e para a melhoria dos padrões de vida em todo o G20.

O IIRC continua a lutar, com o apoio de seus parceiros, para que essa recomendação seja aceita pelo G20 como parte de suas conclusões para a cúpula de novembro de 2014

Mark Carney declara apoio ao ‹IR›

O governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, que também preside o Conselho de Estabilidade Financeira, mencionou o ‹IR› como uma ferramenta poderosa para influenciar a alocação de capital e crédito de maneira mais eficaz, com base em um melhor entendimento por parte dos investidores em emissões de longo prazo.

Carney falou durante as reuniões anuais do Grupo Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional no dia 10 de outubro de 2014. A sessão tratou de como o Relato Integrado facilita a transparência e a estabilidade financeira e, no palco, uniu-se a Carney o diretor financeiro do Grupo Banco Mundial Betrand Badré. Badré é defensor do ‹IR› de longa data, com o Banco Mundial já comprometido à publicação de seu próprio relato integrado. Paul Druckman, diretor presidente do IIRC, escreveu um blog sobre o evento.

Em antecipação à reunião, Carney disse: “Ao melhorar os padrões de relato das organizações, o Relato Integrado pode trazer informações adicionais, especialmente sobre os custos ao longo prazo da mudança climática, a fim de informar os mercados e orientar a tomada de decisões e a formulação de políticas por parte das instituições. Caso isso seja alcançado, o resultado será investimentos em longo prazo melhor informados e mais sustentáveis, para o benefício da sociedade”.

Falando especificamente sobre o setor público, Badré disse: “As entidades do setor público estão entre as maiores — se é que não ocupam o primeiro lugar — entidades de relato do mundo, portanto a transparência de suas informações financeiras é relevante para todos nós. O Relato Integrado possibilitaria que os governos e seus stakeholders adquirissem um melhor entendimento acerca dos recursos disponíveis e os ajudaria a gerenciar tais recursos de forma mais eficiente.”

O Banco Mundial está liderando com o ‹IR› no setor público e está organizando uma conferência para lançar a Rede Pioneira do Setor Público do IIRC em 17 de novembro de 2014, a fim de incentivar a adoção do ‹IR› no setor. Os principais adeptos ao ‹IR› no setor público, como por exemplo, New Zealand Post, United Nations Development Programme e NHS London, participarão da conferência.

Governo japonês apoia ‹IR›

O Ministério de Economia, do Comércio e da Indústria do Japão apoia o ‹IR› como meio de comunicação com geração de valor no longo prazo e incentiva empresas japonesas a se tornarem líderes nas melhores práticas de ‹IR› e a contribuírem com soluções criativas para auxiliar em sua adoção global.

O apoio foi apresentado no ‘Ito Review‘ — um relatório preparado a partir de debates durante o ano passado sobre o projeto “Competitividade e Incentivos para o Crescimento Sustentável: Construindo Relacionamentos Favoráveis entre Empresas e Investidores”, presidido pelo professor Kunio Ito da Universidade Hitotsubashi.

O relatório, que também fornece evidências por meio de case study, ressalta a necessidade de uma mudança em direção a uma gestão orientada para a eficiência do capital, a otimização da cadeia de investimentos e a promoção de um diálogo bilateral entre companhias e investidores, mencionado o Relato Integrado como meio eficaz para alcançar tal propósito.

Paul Druckman, diretor presidente do IIRC, disse: “O Japão está desempenhando um papel fundamental na adoção global do ‹IR›. É muito encorajador ver que o ‹IR› está firmemente inserido na agenda do governo com vistas para o futuro do relato corporativo, e que a promoção de diálogos construtivos entre as empresas e os investidores por meio de um relato melhor é vista como essencial para atrair investimentos de longo prazo”.

Grupo de trabalho do IIRC conclui suas atividades

O Grupo de Trabalho do IIRC, cujos membros forneceram orientação prática de grande valor desde sua criação em 2010, teve sua última reunião em Paris, em 17 de outubro de 2014.

O Grupo de Trabalho foi crucial para o desenvolvimento do Sistema Internacional de ‹IR›, com seus participantes usando seu amplo conhecimento para garantir que o Sistema estivesse de acordo com seu propósito — possibilitar que uma empresa adote os Princípios Orientadores e Elementos de Conteúdo que governam o conteúdo geral de um relato integrado.

O Grupo de Trabalho era composto pelos principais defensores do ‹IR› — com representantes das comunidades de empresários, de investidores, de ONGs, dos contadores, dos organismos de normalização e da comunidade regulatória — que muito fizeram para promover o ‹IR› em suas próprias regiões e redes.

Ian Ball, que atuou como presidente do Grupo de Trabalho, afirmou: “O Grupo de Trabalho teve um desempenho fantástico em alcançar um consenso numa série de questões controversas, mesmo quando a discussão refletia uma diversidade significativa de opiniões. Ao demonstrar forte comprometimento com um objetivo em comum, os membros do Grupo de Trabalho fizeram uma contribuição realmente valiosa para a criação do Sistema Internacional de ‹IR›. O espírito de coletividade que eles trouxeram para nossas reuniões as tornou tanto produtivas como agradáveis”.

Embora o Grupo de Trabalho tenha chegado ao fim, seus participantes continuarão a trabalhar junto ao IIRC regularmente, a fim de garantir que o ‹IR› se torne o padrão de relato corporativo. Grupos consultivos e forças-tarefa serão estabelecidos de forma contínua para se beneficiar do conhecimento, da experiência e do entendimento técnico dos ex-membros do Grupo de Trabalho.

O IIRC gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer Ian Ball, Jessica Fries (vice-presidente do Grupo de Trabalho do IIRC) e todos os participantes do Grupo de Trabalho por seu comprometimento com a transformação do ‹IR› de um conceito promissor para uma realidade poderosa que já está trazendo tantos benefícios a empresas de todo o mundo.

Novo relatório de economia climática: empresas devem adotar a estrutura de ‹IR›

A Comissão Global sobre Economia e Clima, órgão que faz recomendações aos governos e a outros tomadores de decisão, recomendou que as empresas implementem e passem a adotar o Sistema Internacional de ‹IR›. Ela também afirmou que investidores e bolsas de valores devem exigir que as empresas divulguem essas informações, incluindo uma avaliação do risco climático e de estratégias de redução do risco.

A Comissão e seu projeto A Nova Economia Climática foram criados para ajudar os governos, as empresas e a sociedade a tomar decisões mais conscientes sobre como alcançar prosperidade e desenvolvimento econômico.

A Comissão concluiu que há “dois caminhos por meio dos quais o Relato Integrado poderia se tornar a nova norma internacionalmente acordada” (página 288) — primeiro, por exigência dos investidores e, segundo, por meio das bolsas de valores nacionais. Citando como exemplos as bolsas de valores de Johanesburgo e do Brasil, o relatório conclui que existe “claramente um âmbito significativo para outras bolsas de valores seguirem o modelo”, fazendo um apelo para uma cooperação entre as bolsas de valores de diferentes países e os investidores globais, a fim de que possibilitem a aceleração de um impulso na direção do ‹IR›.

Peter Bakker, vice-presidente do IIRC, que aconselhou a Comissão na sua qualidade de diretor presidente do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, foi enfático em sua recomendação de que precisamos avançar além da gestão, da mensuração, do relato e da valorização exclusiva do capital financeiro para incluir outras formas de capital que são extremamente vitais para o crescimento sustentável e estável, um ponto de vista que a Comissão Global sobre Economia e Clima tem adotado plenamente.