Boletim do IIRC – Edição de Outubro/15

18
nov

Novos relatórios evidenciam a necessidade do Relato Integrado

Nas últimas semanas, houve a divulgação de evidências que demonstram que os investidores querem o Relato Integrado, que os líderes das empresas planejam uma mudança nesse sentido e que aqueles que o fazem estão experimentando benefícios reais e tangíveis, como demonstrado pela pesquisa.

A grande maioria das organizações precisa de evidências desse tipo antes de adotar o Relato Integrado, para que possam ver por si mesmas os benefícios em termos de desempenho de mercado. Este boletim aborda pesquisas, relatórios e evidências que foram divulgados nas últimas semanas e que oferecem realmente isso.

Investidores demandam informações de melhor qualidade e o Relato Integrado

A Eumedion, representante dos interesses de investidores institucionais no campo da governança corporativa na Holanda, vem entrando em contato com todas as empresas holandesas de capital aberto para estimulá-las na adoção do Relato Integrado. Os investidores estão cada vez mais solicitando que as empresas produzam relatos integrados. Um estudo sobre as necessidades e tendências dos investidores da EY relatou que o uso de relatos integrados por parte dos investidores está em ascensão em todos os segmentos do mundo. Ele relata a evidência clara de uma confiança crescente em fornecer mais do que apenas informações financeiras, com os investidores mais do que nunca utilizando essas informações para tirar conclusões sobre valor e tomar decisões mais bem informadas e embasadas.

A pesquisa com mais de 200 investidores institucionais, incluindo gerentes de portfólio, analistas de ações, diretores de investimentos e diretores em geral revelou que muitas organizações ainda não conseguem atender às expectativas dos investidores. Ele afirma que os investidores estão cada vez mais entusiasmados com os benefícios dos relatos integrados e que uma grande maioria os considera “essenciais” ou “importantes”.

O IIRC sempre acreditou que para o Relato Integrado tornar-se dominante deve haver um forte apoio da comunidade de investidores, demonstrando que eles querem de fato informações sobre estratégia, governança, desempenho e perspectivas. Essa pesquisa sugere claramente que o apoio existe, e é por isso que as empresas precisam estar cientes de que os investidores tomarão cada vez mais decisões de investimento com base em como os recursos de uma empresa estão gerando valor ao longo do tempo.

A Eumedion enviou uma carta a todas as empresas holandesas de capital aberto, destacando as prioridades de seus membros; uma delas é o Relato Integrado. Pelo segundo ano consecutivo, a Eumedion deixou claro para as empresas holandesas listadas que: o Relato Integrado é importante para eles, que eles usam relatos integrados, e que “incentivam todas as empresas a continuar, ou começar, sua jornada para a adoção do Relato Integrado de 2016 em diante”. A Eumedion estima que mais de um terço das empresas holandesas de capital aberto estão considerando a emissão de um relato integrado.

A visão da IFAC quanto ao pensamento integrado

A Federação Internacional de Contadores (IFAC) definiu uma visão para o papel dos contadores profissionais no suporte ao pensamento integrado, contribuindo para alinhar a alocação de capital, o comportamento das empresas, a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável. A IFAC declarou que, para que o comportamento das empresas mude e, por fim, leve a empresas mais resilientes, os contadores podem utilizar o pensamento integrado para desempenhar o seu papel.

A IFAC publicou “Criando Valor com o Pensamento Integrado: o Papel dos Contadores Profissionais”, que explora o que contadores profissionais que trabalham nos setores público e privado podem fazer em termos práticos para facilitar o pensamento integrado em sua organização, independentemente se ela planeja ou não publicar um relato integrado.

O CEO da IFAC, Fayez Choudhur, disse: “O Relato Integrado continua ganhando força em âmbito global e ajudando a mudar a maneira como as empresas enxergam a criação de valor ao longo do tempo. No entanto, é o pensamento integrado mudará o comportamento das empresas e levará a organizações mais resilientes e a maior confiança nas empresas e no governo. Os contadores profissionais — como parceiros de negócios envolvidos na liderança organizacional e suporte ao processo decisório — podem usar o pensamento integrado como um meio de engajar as pessoas de fora dos departamentos de finanças e contabilidade, facilitando a criação de organizações resilientes que geram valor no curto, médio e longo prazo”.

Os CEOs e diretores financeiros não estão satisfeitos com o atual modo de reporte

Uma pesquisa com mais de 350 CEOs, CFOs e COOs de todo o mundo destacou que apenas 25% dos entrevistados estão confiantes de que seus relatórios atuais atendem às necessidades de informações dos investidores e outras partes interessadas externas.

Noventa e um por cento acredita que a conectividade das informações financeiras e não financeiras contribuiria para efetivamente identificar e gerenciar os riscos das empresas. Oitenta e nove por cento concorda que isso ajudaria a apresentar uma visão mais orientada para o futuro e de longo prazo do desempenho. Os executivos acreditam que para que os relatórios atendam às necessidades das informações internas e externas devem focar, principalmente, em comunicar o modelo de negócios e a estratégia.

A pesquisa demonstrou um alto nível de interesse no Relato Integrado, com muitos declarando seu plano de adotar o nos próximos anos. Vinte e oito por cento das empresas declarou que atualmente incorpora níveis de Relato Integrado no processo, embora sem necessariamente usar a mesma terminologia.

A evolução do relato corporativo baseia-se fortemente no apoio do conselho para manter a força. Os insights dessa pesquisa demonstram que a alta administração não está satisfeita com os relatórios corporativos tal como estão sendo preparados e estão considerando aprimorar seus relatórios corporativos para comunicar de modo eficaz sua história de geração de valor.

O Relato Integrado em ação no Japão

Um relatório da KPMG apresentou que 142 empresas publicaram relatos integrados no Japão em 2014. No relatório, o Presidente da KPMG no Japão, Tsutomu Takahashi, disse: “O que temos visto é que as empresas estão se esforçando para explicar as suas atividades corporativas objetivamente e encontrar uma forma de reportá-las de maneira eficaz”.

Ele continuou: “Juntamente com a implementação do Código de Governança Corporativa, cada vez mais se espera que as empresas japonesas demonstrem a “capacidade de pensar” e comunicar interna e externamente suas ideias, estabelecendo um processo que permita que gerem valor com uma ampla gama de partes interessadas”.

Os resultados da pesquisa demonstram que essas 142 empresas estão levando o Relato Integrado a sério: 50% dos relatórios têm 60 páginas ou menos, o que demonstra ênfase na concisão. Entretanto, ainda há trabalho a ser feito no desenvolvimento desses relatos: apenas 42% das empresas descrevem seu modelo de negócios.

É notável que muitas das maiores empresas do Japão têm percebido o valor real da adoção do Relato Integrado. Espera-se que um número ainda maior de empresas o adotem no próximo ciclo de geração de relatórios. Atualmente, no Japão, as empresas estão focando na qualidade desses relatórios para garantir que o mercado local possa tirar o máximo proveito dessa comunicação aprimorada entre as empresas e seus investidores.

O Relato Integrado se alinha aos requisitos existentes no Reino Unido

Os relatórios preparados pela PwC e a Deloitte foram publicados neste mês e analisam o relato corporativo pelas empresas da FTSE no Reino Unido. O levantamento sobre relatórios anuais da Deloitte, no Reino Unido, que foi publicado junto com o comentário do jornalista Robert Bruce, corrobora o fato de que muitos investidores estão desejando que as empresas adotem seus princípios na elaboração de seus relatórios anuais. A pesquisa mostra que há um significativo cruzamento entre as sugestões para um relato eficaz na Estrutura de e o que se vê como melhor prática no cumprimento dos requisitos existentes do Reino Unido quanto ao conteúdo de um relatório estratégico.

Em países como o Reino Unido, onde as normas do relato corporativo já estão muito avançadas, estudos observam que já existe uma grande sobreposição entre o que a Estrutura do estabelece e o que as empresas estão produzindo.

O jornalista Robert Bruce, em seu último artigo, comentou como essa pesquisa anual demonstra uma transição do relato para o pensamento, demonstrando a importância do Relato Integrado em países onde o relato já está avançado, no sentido de assegurar que o processo traga benefícios internos para toda a empresa.

A PwC publicou um relatório que analisa o relatório do FTSE 350 no Reino Unido e esboça oportunidades para contar uma história autêntica por meio dos relatórios.

O futuro da comunicação corporativa

O IIRC recebe com satisfação um relatório da Fédération des Experts Comptables Européens (FEE) e seu objetivo de fornecer um impulso adicional para a dinâmica de mudança do relato corporativo. Os relatórios precisam evoluir para atender às necessidades das empresas do século XXI e, como o estudo observa, precisamos que o sistema mude em várias frentes para garantir que o relato continue sendo relevante para provedores de capital financeiro e outras partes interessadas.

Ao aprovar esse relatório, o IIRC compromete-se a continuar a desempenhar o seu papel, em colaboração com a FEE, quanto à utilização do Relato Integrado para a criação de um sistema de relato “adequado à finalidade” às necessidades do mercado de hoje.

Acreditamos que, no geral, o estudo fornece uma análise convincente da necessidade de mudança do sistema de relato corporativo. O ponto principal do estudo é o novo e interessante conceito de “o principal e além”. De fato, argumentamos que o Relato Integrado já alcança o conceito de modelo de relato “principal” e muitas empresas proeminentes e defensores de todo o cenário do relato corporativo estão fazendo com que essa visão seja uma realidade.

O estudo argumenta que as inovações em tecnologia devem sustentar o elemento “além”, para garantir que essas informações tenham o apoio e sejam consistentes com o relatório “principal”. Acreditamos que esse conceito poderia ser um veículo para alcançar um processo de relato mais coeso, atendendo tanto às necessidades de eficiência e concisão das empresas como das partes interessadas. A Iniciativa Tecnológica do reúne empresas para avaliar como a tecnologia pode sustentar novas tendências no relato corporativo e, em particular, ser aplicada para ajudar na adoção global do Relato Integrado. As empresas participantes estão criando um entendimento aprofundado de como a tecnologia pode ser aplicada para ajudar aqueles que adotam o Relato Integrado em ambas as pontas da produção do relato e da cadeia de valor do consumo. Um modelo de tecnologia para dar suporte ao Relato Integrado será divulgado mais para frente este ano, e será destinado a empresas que querem tornar seus processos de Relato Integrado mais escaláveis, colaborativos e eficientes.

Como a FEE, acreditamos que a experimentação e a inovação serão importantes motivadores da mudança. Agora, em todo o mundo, mais de mil organizações estão usando o Relato Integrado como base para seus relatórios. A análise nesse trabalho será, sem dúvida, relevante para seus contínuos esforços para a integração de todos os aspectos da geração de valor em seus relatórios e para estimular o pensamento integrado em suas organizações. Acreditamos que, por sua vez, isso criará exemplos de prática de liderança a partir da qual poderemos estabelecer novos modelos de relato.

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Última chance de participar da Convenção Oficial de Relato Integrado 2015 em 10 de novembro em Londres, Reino Unido.

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PALESTRA:‘A importância dos horizontes na criação de um futuro responsável‘ por Paul Druckman, CEO, IIRC

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NOVO RELATÓRIO demonstra que o Relato Integrado está em linha com outros movimentos globais “O Sistema Financeiro de que Precisamos” pelo Programa Ambiental das Nações Unidas