Boletim do IIRC – Edição de Novembro/ Dezembro 15

18
dez

Boletim do IIRC

Uma visão geral do ‹IR› em 2015 pelo CEO do IIRC, Paul Druckman

Comecei 2015 no palco em Davos com o Fórum Econômico Mundial e terminei na Conferência do G20, na Turquia, com um convite para participar das Forças Tarefas do B20 no próximo ano na China. Estes dois eventos demonstram o nível internacional em que o ‹IR› é agora recebido. É difícil acreditar que a Estrutura Internacional do ‹IR› foi lançada há apenas dois anos. Em tão pouco tempo, as empresas de todo o mundo se voltaram para a Estrutura para ajudá-las a pensar e comunicar-se sobre a criação de valor ao longo do tempo. Em todas as minhas viagens, eu observei uma concordância quase universal com os conceitos do ‹IR›. Este ano, em vez de apenas aparecer nas manchetes criamos linhas de tendências: anteriormente, havia muita retórica sobre o potencial do Relato Integrado, mas este ano ele começou a tornar-se uma realidade.

O comprometimento e o entusiasmo das empresas à medida que interagem conosco por meio das Redes do ‹IR›, que agora têm mais de 750 participantes, é extraordinário. Temos uma gama de redes por meio das quais as organizações interagem. 2015, por exemplo, viu um crescente interesse do setor público pelo ‹IR› por meio da Rede Pioneira do Setor Público, com organizações como o Banco Mundial liderando o diálogo.

Agora temos evidências crescentes dos benefícios do ‹IR›. Uma pesquisa que será lançada em breve pela KPMG e a National University of Singapore conclui que as empresas que divulgam mais do que somente informações financeiras começaram ter melhor desempenho do que seu grupo controle em meados de 2010.

Também construímos um corpo impressionante de práticas líder no . O Banco de Dados de Exemplos do e eu ansiamos por sua visita ao banco de dados para se inspirar com aqueles que estão na vanguarda do ‹IR›.

Não é somente as empresas que foram inspiradas pelo ‹IR›. Começamos a ver evidências de que os investidores estão mudando seus modelos de investimento para considerar mais do que somente as informações financeiras. Um estudo das necessidades dos investidores e tendências pela EYdescobriu que 71% dos investidores consideram os relatos integrados essenciais ou importantes ao tomar de decisões de investimento e que o uso dos relatos integrados pelos investidores está em ascensão em todos os continentes.

Elaboradores de políticas também estão se mobilizando tendo estudado a contribuição que o relato corporativo pode dar para questões internacionais como a prestação de contas de mudanças climáticas, o alcance das Metas de Desenvolvimento Sustentável e a liberação do investimento em infraestrutura.

Um dos marcos mais importantes de 2015 foi o lançamento do Mapa do Panorama do Relato Corporativo, que fornece uma imagem das estruturas, padrões e requisitos relacionados através da lente do ‹IR› dos participantes do Diálogo do Relato Corporativo. O mapa foi primeiro resultado do Diálogo e significa um progresso real no sentido de obter uma maior coerência no panorama do relato.

O IIRC fez algumas mudanças importantes em 2015, com a introdução de uma nova constituição e um novo conselho. O Conselho é o reflexo do alcance global e influência que o Relato Integrado agora tem em todo o mundo.

2015 tem sido um ano emocionante para o IIRC, mas existem mais oportunidades e desafios que nos esperam em 2016, uma vez que esperamos alcançar uma mudança significativa no sentido da adoção precoce da Estrutura. Em especial, estamos ansiosos por continuar com o ritmo e a escala de adoção do ‹IR›; uma maior ênfase na construção de uma ponte para os investidores; e a revisão pós-implementação da Estrutura que ajudará a identificar quaisquer ferramentas e recursos adicionais necessários para a implementação consistente e de alta qualidade.

Em nome de todos os envolvidos em nosso movimento global, eu agradeço por seu apoio ao ‹IR›. Estou ansioso por trabalhar com vocês no ano que vem.

Nova Publicação da Série Criando Valor:

Relato Integrado e Benefícios dos Investidores

Usando o Relato Integrado para prestar contas quanto à mudança climática

O IIRC recebe com satisfação os acordos da COP21 e o movimento no sentido de estabilizar as mudanças climáticas que resultarão deste acordo de referência. Acreditamos fortemente que o ‹IR› pode apoiar esta ação e continuaremos ativamente envolvidos. O Relato incentiva comportamentos, portanto é importante que a mudança climática seja reconhecida como um risco fundamental à estabilidade financeira nos mercados de capitais.

O IIRC uniu forças com o CDSB e a EY para discutir ações para o financiamento relacionado à mudança climática, para coincidir com as negociações sobre o clima em Paris. O evento foca no papel do ‹IR› em liberar capital para responder à mudança climática. O membro do Conselho do IIRC e CEO da WWF-UK David Nussbaum fez o discurso de abertura no evento. Falando à BBC, ele disse, “Paris é apenas o tiro da largada para a corrida rumo a um futuro de baixo carbono”.

2015 é o primeiro ano desde a crise financeira global de 2008 em que a comunidade de política global focou em questões sistêmicas mais abrangentes. Os elaboradores de políticas têm feito um esforço conjunto para reparar o “sistema” em um âmbito universal – reunindo metas econômicas, sociais e ambientais. Isto está em vigor no coração do ‹IR›- o reconhecimento de que as empresas precisam focar em seus capitais mais amplos além do capital puramente financeiro, a fim de serem viáveis no curto, médio e longo prazo.

A poderosa análise de Mark Carney “‘tragedy of horizons” (tragédia de horizontes) feita em um seminário do Relato Integrado no Banco Mundial em outubro de 2014 e desenvolvida em sua palestra no Lloyds de Londres, “Breaking the tragedy of the horizon: climate change and financial stability” (quebrando a tragédia de horizonte: mudança climática e estabilidade financeira) estabelece o papel que o ‹IR› tem na prestação de contas da mudança climática. O conceito da tragédia de horizontes fala desta falha do nosso sistema atual considerando os riscos conhecidos para o nosso sistema financeiro trazidos por questões como a mudança climática.

Publicação do IIRC: “Materialidade no ‹IR›

oferece orientação para a elaboração dos relatos integrados

Jornalista Robert Bruce discute como o Relato Integrado está ganhando ritmo com o CEO do IIRC, Paul Druckman

O Conselho do IIRC se reúne em Tóquio, onde o ‹IR› é agora amplamente aceito

O Conselho do IIRC reuniu-se no Japão em dezembro, um país que adotou o Relato Integrado por causa de sua adequação a seus objetivos econômicos mais amplos. O Conselho entabulou um debate proveitoso sobre a estratégia do IIRC para 2018 e adiante, com os consultores de estratégia global McKinsey and Co, facilitando um diálogo sobre o futuro sistema do relato corporativo.

A McKinsey and Co, que lidera a iniciativa “Focusing Capital on the Long Term” (focando capital no longo prazo), antecipou uma profunda discussão pelos Membros do Conselho do IIRC esboçando a situação atual em que as empresas se encontram.78% dos CFOs, por exemplo, dizem que prescindiriam de oportunidades para aumentar a criação de valor no longo prazo para melhorar os ganhos no curto prazo. Por outro lado, 86% dos altos executivos reconhecem que horizontes de tempo mais longo para as decisões empresariais melhorariam o desempenho.

Conversas centradas na coesão do sistema de relato corporativo; como normalizar o ‹IR› para o relato corporativo; meios de garantir a qualidade dos relatos integrados; e o papel do regulamento para incentivar uma maior adoção do ‹IR›. Os resultados das discussões levarão diretamente ao direcionamento estratégico do IIRC.

Eventos de grande importância foram realizados durante toda a semana em Tóquio para coincidir com a reunião do Conselho. O Instituto Japonês de Contadores Públicos Certificados e o Japan Exchange Group co-organizaram um evento que demonstrou que o Relato Integrado tornou-se a linguagem natural às empresas no Japão. Uma massa crítica de empresas no Japão agora emitem relatos integrados, com a previsão de um número maior de empresas adotarem o relato no próximo ciclo de reporte. O foco no Japão agora será em garantir que a qualidade do relato seja alta.

Charles Tilley, CEO do CIMA, fez uma apresentação de abertura em um seminário de altos executivos, organizado pela principal associação corporativa japonesa, a Keizai Doyukai. O Sr.Tilley falou sobre o “mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo em que vivemos – o mundo VUCA (do acrônimo em inglês)”. Ele disse que, em um ambiente corporativo em que o valor de intangíveis tinha aumentado substancialmente, “precisamos começar a prestar atenção no negócio, não apenas no balanço”, e que o ‹IR› possibilita que isso aconteça.

Um simpósio foi organizado pela Iniciativa Mundial de Capital intelectual, com o apoio do Ministério da Economia, Comércio e Indústria, que reforçou o valor da emissão de relatórios e como as empresas precisam liberar o valor de intangíveis, como seu capital intelectual, social e de relacionamento à medida que eles desenvolvem sua compreensão da criação de valor ao longo do tempo. Muitas empresas japonesas já têm estes capitais no cerne de seus modelos de negócio e estão achando o ‹IR›um meio benéfico para articular isso.

O G20 tem seu olhar voltado para o Relato Integrado

A Presidência do G20 da Turquia representa uma mudança em apoio ao Relato Integrado entre as empresas e os elaboradores de políticas. A emissão de relatórios foi parte da discussão para todas as seis forças-tarefa do B20 e o ‹IR› fez parte das recomendações em três áreas: infraestrutura e investimento; PME e empreendedorismo; e o tema transversal de governança e sustentabilidade. Estamos dispostos a garantir que estas recomendações sejam implementadas, como uma revisão do relato corporativo para que se torne mais propício ao investimento de infraestrutura e para entender as barreiras à implementação do ‹IR›.

Como parte das recomendações, o ‹IR› foi identificado pelo G20 como uma prática principal no fornecimento de informações sobre o desempenho das PMEs e na redução do risco de financiamento das PMEs. Talvez o legado permanente mais significativo da Presidência do G20 de 2015 na Turquia foi a criação do Fórum Mundial das PMEs, introduzido pela Força Tarefa do B20 sobre PMEs e Empreendedorismo.50% das solicitações das PMEs para financiamento do comércio são recusadas pelos bancos. Quando se considera o papel fundamental que as PMEs desempenham no mundo – empregando mais de dois terços da força de trabalho global do setor privado e sendo responsáveis por mais de 80% de crescimento líquido do emprego – é claro que algo precisa ser feito para reduzir o risco do financiamento das PMEs.

A contribuição do IIRC para o esforço de construir PMEs bem sucedidas está em possibilitar o acesso ao capital financeiro. Isto foi salientado pela Força Tarefa do B20, que reconheceu o ‹IR› como uma prática líder e recomendou que fossem desenvolvidas ferramentas que permitam acesso on-line para “o relato integrado de PMEs adequados à finalidade” com base na metodologia internacional. O IIRC anseia por trabalhar com o Fórum Mundial das PMEs para desenvolver ferramentas práticas e recursos para ajudar as PMEs a terem acesso ao capital financeiro de que precisam para crescer.

O Instituto de Contadores de Gestão (CIMA) tem defendido o papel que o ‹IR›pode ter em possibilitar que as PMEs tenham acesso ao capital, trazendo estudos de caso práticos para a mesa de exemplos de empresas de médio porte que estão usando o ‹IR› para construir a confiança entre as partes interessadas, incluindo a comunidade financeira, no intuito de criar valor ao longo do tempo.

O CEO do IIRC, Paul Druckman e o Diretor de Estratégia, Jonathan Labrey, escreveram um blog que argumenta que a Presidência do G20 da Turquia foi mais um passo em busca do crescimento inclusivo e desenvolvimento sustentável para todos.

Novos relatórios da África do Sul:

Comissão do Relato Integrado da África do Sul publica “Relatório sobre os resultados de um artigo informativo

e

Nkonki publica “Insights sobre as 100* Principais Empresas Listadas na Bolsa de Valores de Johanesburgo (JSE): Tendências do Relato Integrado

Notícias sobre o Programa de Treinamento do ‹IR›

O IIRC recebeu bom feedback sobre a Matriz de Competência do ‹IR›, que foi lançada para comentário em julho de 2015.O próximo passo no processo é um convite a manifestações de interesse para ser um Parceiro Fundador no Programa de Treinamento do ‹IR›. O IIRC está buscando trabalhar com um pequeno número de organizações na fase inicial do treinamento de introdução para o mercado, para que possamos manter qualidade consistente. Um documento estabelecendo os detalhes da abordagem e do processo será divulgado este mês.

68% dos que deram feedback concordaram que de uma forma geral a matriz identificou o conhecimento, as habilidades e os comportamentos necessários para trabalhar dentro do ambiente. Houve também forte apoio para as quatro áreas de competência conforme definido na matriz – uma média de 75% de resposta positiva. A análise deste feedback forneceu a base para o desenvolvimento adicional da matriz. Pessoas que desejem se envolver com o programa de Treinamento devem enviar e-mail para training@theiirc.org

Viabilizando o progresso e boas ideias na Convenção Oficial do ‹IR› de 2015

Mais de 180 pessoas participaram da Convenção Oficial do Relato Integrado de 2015, que se concentrou em uma abordagem avançada para a estratégia e a criação de valor. Lady Lynn Forester de Rothschild, cofundadora da Coalizão para o Capitalismo Inclusivo, fez a palestra de abertura dizendo que o Relato Integrado tem um papel “realmente, realmente, vitalmente importante” no movimento em direção ao capitalismo inclusivo.

Durante a Convenção a publicação Materialidade no ‹IR› foi lançada por um dos autores do relatório Stathis Gould da Federação Internacional de Contadores. O artigo apoia a Estrutura Internacional do ‹IR› ao explicar a materialidade e o processo de determinação de materialidade correspondente, no contexto do ‹IR›. Os participantes ouviram que uma questão é material se pode afetar substancialmente a capacidade da organização de criar valor no curto, médio ou longo prazo. O exercício de determinar a materialidade, para fins de emissão de relatório não é trivial; ele envolve pesquisa, consulta e julgamento em cada momento ao longo do caminho, e isto foi levantado na Convenção pela PwC, IFAC, EnBW, Enagas e Robeco que compartilharam abordagens práticas de materialidade. Esta foi uma das muitas áreas discutidas na Convenção.

A Convenção possibilitou que aqueles que são novos no ‹IR›aprendam com aqueles que já estão avançados no relato. Paul Druckman, CEO do IIRC concluiu o dia com uma citação de Warren B. Bennis, um professor americano em liderança e conselheiro de quatro presidentes dos Estados Unidos, que disse que “os líderes mantêm seus olhos no horizonte, não só no resultado”. E o consenso na sala foi que o ‹IR› está começando a ajudar os líderes das empresas a fazer exatamente isso.

Acadêmicos colaboraram através da Rede do ‹IR›

O IIRC lançou esta semana a Rede Acadêmica do ‹IR› por meio de um webinar. A Rede facilitará a colaboração e o compartilhamento de informações entre acadêmicos e também entre acadêmicos e outras partes, tais como organizações de reporte, provedores de capital financeiro, formuladores de políticas e definidores padrão. Ela também garantirá que o IIRC seja mantido informado sobre o pensamento acadêmico relevante, incluindo evidências de pesquisa com relação ao caso de negócios para o ‹IR›.

As organizações que buscam melhorar sua abordagem do relato corporativo precisam de evidências que têm rigor acadêmico para que possam ver por si mesmas os efeitos do ‹IR›, em termos de desempenho de mercado, dando-lhes a visão global. A este respeito, a Rede Acadêmica do ‹IR› terá um papel importante a desempenhar para chamar a atenção das pessoas para a pesquisa no campo do relato corporativo.

O webinar incluiu uma visão geral da pesquisa atual e os detalhes sobre os recursos da Rede e como aderir – como por meio da página do LinkedIn da Rede Acadêmica do ‹IR›.