Boletim do IIRC – Edição de Março 16

18
mar

Boletim do IIRC – Edição de Março16

O CEO do IIRC, Paul Druckman, deve renunciar em 2016

A diretoria do Conselho Internacional para o Relato Integrado (IIRC) anunciou que o CEO Paul Druckman renunciará em 2016. Paul estabeleceu com a diretoria um processo para garantir uma transição suave durante o ano e informou ter flexibilidade quanto à data de sua saída. Ele continuará liderando o IIRC em seu programa ambicioso para 2016, por exemplo, por meio da participação na Força Tarefa de Desenvolvimento do B20 sobre PMEs e representações de liderança para a Força Tarefa do Conselho de Estabilidade Financeira sobre Divulgações Relacionadas com o Clima.

A diretoria discutiu opções com Paul para que ele continue envolvido com o Conselho para alavancar sua paixão, seu conhecimento e compromisso com as metas do pensamento e do relato integrado.

Paul atua como CEO há quase cinco anos. Durante esse tempo, ele supervisionou o desenvolvimento da Estrutura Internacional do , publicada em dezembro de 2013, e idealizou a conscientização global e a adoção do Relato Integrado em mais de 25 países.

Para ler o anúncio na íntegra, acesse o site do IIRC.

Relato Integrado faz com que os investidores revisem para cima suas estimativas de fluxos de caixa futuros

Especialistas das universidades de Stanford, Auckland e Pretória publicaram uma pesquisa acadêmica que observa que o Relato Integrado é positivamente associado tanto à liquidez das ações quanto ao valor da companhia. O estudo foi motivado pelo “interesse global demonstrado por empresas, investidores e reguladores no trabalho do Conselho Internacional para o Relato Integrado (IIRC)”.

Utilizando dados da África do Sul, onde muitas companhias listadas na Bolsa de Valores de Johanesburgo estão agora em seu quinto ano de Relato Integrado, a pesquisa demonstra que o Relato leva o mercado a ter uma avaliação mais apurada das empresas. O artigo aponta: “nossas evidências sugerem que o Relato Integrado afeta o valor das empresas, principalmente por meio do aumento da estimativa de fluxos de caixa futuros, consistente com a revisão para cima por parte dos investidores, porque eles têm uma melhor compreensão dos capitais e da estratégia de negócios da empresa. O Relato Integrado também leva a melhores decisões por parte dos gestores por causa do ‘pensamento integrado’”.

A pesquisa “As consequências Econômicas Associadas com a Qualidade do Relato Integrado: Evidências Iniciais de um Ambiente Obrigatório” confirma que o Relato Integrado oferece aos investidores uma visão importante sobre o modelo de negócios e a estratégia de uma empresa. O estudo conclui: “o modelo do Relato Integrado está associado a benefícios econômicos positivos. Nossos resultados sugerem que esses benefícios surgem não só de uma apresentação mais holística e abrangente das informações, mas, talvez, de forma mais importante, de mudanças no processo decisório dentro das empresas”.

O evento sediado pela Hermes divulga a agenda de emissão de relatórios

Ideias lançadas recentemente, após um evento de grande importância sediado pela Hermes EOS e pela Black Sun, estão em linha com a pesquisa. As conclusões do evento sugerem que o relatório anual é a fonte de informações mais valiosa para os investidores e é um mecanismo para promover o melhor entendimento e o engajamento. A pesquisa demonstra que os investidores querem considerar as informações mais abrangentes nas decisões de investimento, além do desempenho financeiro. No entanto, ainda existem desafios quanto ao uso dessas informações, com preocupações sobre confiabilidade e comparabilidade. Uma lista de pontos de ação foi elaborada por um grupo de investidores, analistas e especialistas corporativos informados. Essas ações oferecem uma evolução adicional que poderia resultar em um diálogo renovado e em um melhor entendimento entre os investidores e as empresas. Mais ideias estão disponíveis no site do IIRC.

Implementando a Diretiva de Relatórios Não-Financeiros em toda a Europa

O IIRC e a Federação de Contadores Europeus estão sediando um evento que explora como o Relato Integrado pode ajudar na adoção mais rápida por empresas europeias da Diretiva de Relatórios Não-Financeiros. Cerca de 6.000 entidades europeias precisarão implementar a Diretiva de Relatórios Não-Financeiros e reportar informações relativas a assuntos de caráter ambiental, social, empregatício, de direitos humanos, ligados à corrupção e ao suborno em seus relatórios da administração. As empresas têm a escolha de como abordar a implementação da diretriz. Se, para fornecer dados para o mercado, as companhias usarem a conduta somente como um exercício de seleção de itens, não aproveitarão todo o seu potencial. Por meio da adoção do Relato Integrado, as empresas podem “ir além”, uma frase cunhada pela Comissão Europeia em seu memorando sobre a publicação da Diretiva, em abril de 2014.

Ao estar em conformidade com a Diretiva, as empresas são capazes de entender como seu negócio está impactando o ambiente. No entanto, por meio da adoção do Relato Integrado, elas começarão a pensar em como essas informações estão impactando seu modelo de negócio e sua capacidade de criar valor no curto, médio e longo prazo. Considerar essas informações no desenvolvimento de sua estratégia e em reuniões do conselho e da alta administração se tornará instintivo. O evento mostrará exemplos práticos de empresas que estão usando a tecnologia para integrar mais do que somente informações financeiras em suas estratégias, indo além de compliance para melhorar o desempenho e a comunicação.

A compilação de dados só é útil para uma empresa quando as informações são usadas para a tomada de decisões. Portanto, é preciso que haja integração no processo de criação de valor das empresas. Este evento examinará como as organizações podem alcançar esse objetivo, com foco especial na tecnologia que está sendo desenvolvida para auxiliar as empresas a compreenderem e integrarem as informações.

Vagas limitadas ainda disponíveis para este evento na quarta-feira, 6 de abril de 2016, em Bruxelas.

O foco na “conectividade” traz claros benefícios corporativos

A conectividade de informações é um princípio orientador para o Relato Integrado. A Aegon e a Anglo American apresentaram esse princípio no último webinar da Rede de Negócios do explicando como o foco na conectividade faz uma diferença significativa para a criação de valor ao longo do tempo. Ficou claro em ambos os casos que essa conectividade no relato refletia o pensamento integrado e o processo decisório que ainda estão sendo desenvolvidos nas duas empresas.

Os participantes ouviram que a conectividade no Relato Integrado não é apenas uma questão de juntar os elementos de conteúdo em um relatório – embora isso seja uma parte importante do processo. É o resultado do pensamento integrado em uma empresa e é também sobre fazer a ligação entre passado, presente e futuro e mostrar as relações entre os diferentes capitais ou recursos que uma empresa usa ou afeta. Ficou claro, a partir dos exemplos compartilhados, que técnicas visuais e de estilo também fazem diferença importante para o sucesso da implementação do princípio da conectividade.

Para a Aegon, Neil Smith explicou que a conectividade começa com a estratégia que impulsiona e flui por meio de sua comunicação para o mundo exterior. Elas consideram seus tópicos materiais e usam informações sobre todos os seus capitais, demonstrando como eles impactam um ao outro. Ele deu o exemplo da satisfação do funcionário – há dez anos se você houvesse dito ao conselho que um aumento de 2% na satisfação dos funcionários poderia melhorar o lucro da empresa, você poderia muito bem ter sido motivo de riso na sala. Hoje em dia, esse tipo de percepção está muito em linha com como a Aegon conduz e reporta seus negócios – a mudança para o Relato Integrado, disse Neil, ajudou-os a aplicar o pensamento conjunto e a conectar aspectos como riscos e oportunidades com o design real dos produtos que eles oferecem aos clientes.

Como quantificar as interconexões entre os diferentes capitais é um desafio, admitiu Neil. Você sabe que há conexões – mas como elas são definidas? A Aegon está desenvolvendo e incorporando uma metodologia que envolve o uso de novos tipos de metas e KPIs, o que é uma evolução significativa com relação a somente usar KPIs e metas financeiras tradicionais.

Para a Anglo American, é essencial explicar como a empresa cria valor ao longo do tempo – a ambição do negócio, as escolhas estratégicas, o que devem entregar e como medir a entrega de forma holística. Gerenciar tudo isso levando em consideração seus riscos, desempenho e recompensas. Pieter Myburgh explicou que eles buscam oportunidades para salientar valor passado, presente e futuro, porque uma mina pode continuar em operação por quarenta anos ou mais.

O Relato Integrado e o princípio de mostrar conectividade, acrescentou ele, faz todo o sentido para uma empresa que é um agente custodiante dos ativos de um país – seus recursos naturais. As pessoas estão interessadas em compreender como a Anglo American está fazendo negócios e gerenciando todos os recursos que usa e os acionistas querem saber se eles estão recebendo o retorno adequado com esse processo ao longo do tempo e se o negócio será um agente custodiante eficaz desses ativos e, portanto, se continuará a ser uma empresa viável no futuro.

A Anglo American tem um grande público que quer entender como eles criam valor, sendo assim, a equipe está muito consciente quanto à aplicação do princípio da conectividade para garantir consistência e uma comunicação clara em todo seu conjunto de relatórios, incluindo o relatório anual, apresentações para investidores, relatórios do conselho e assim por diante.

Tanto a Anglo American como a Aegon usam uma série de técnicas visuais e de estilo em seus relatórios para dar suporte ao princípio de conectividade em seus relatórios, incluindo: códigos de cor, diagramas, referências cruzadas a outras seções do relatório e links para obter mais informações.

O relatório da Anglo American, por exemplo, direciona os usuários para o site para buscar informações adicionais que não estão disponíveis no relatório e usa apenas algumas cores, para que quando eles usem uma cor para destacar uma referência ou um link, essa informação realmente se destaque. Eles também se certificam de que seus vários relatórios estão contando a mesma história – sendo assim, seu relatório anual está bem alinhado com as informações do relatório de sustentabilidade e outros relatórios e vice-versa.

Pieter concluiu que o e o princípio da conectividade dá suporte ao objetivo da Anglo American de gerar confiança por meio da transparência e garantir que as pessoas entendam seu negócio. O ajuda-as a serem consistentes quanto a como e por que elas agiram de uma forma em especial e como isso foi informado pelo ambiente em que operam.

Exemplos de Conectividade podem ser encontrados no Banco de Dados de Exemplos do .

Todo empresário deveria querer salvar o mundo

Um blog de Paul Druckman, CEO do IIRC

Tive o imenso privilégio de falar no recente lançamento no Reino Unido do livro de Marga Hoek, New Economy Business (Empresa da Nova Economia, em livre tradução), realizado nos arredores ilustres da casa do embaixador holandês, em Londres. Marga lidera a Associação Holandesa de Negócios Sustentáveis e tem sido CEO e conselheira de muitas organizações, então enxerga as empresas de várias perspectivas.

A primeira frase do livro: “Todo empresário deveria querer salvar o mundo” dá o tom. É uma frase de abertura poderosa e Marga revelou que também tem sido controversa. Nessa frase, ela está desafiando o status quo de algumas economias ocidentais de que as empresas existem para promover seus próprios interesses em separado da sociedade. Bem, tal ideia é fortemente rejeitada e o argumento de Marga que, quando mais de 40 das 100 instituições mais valiosas do mundo hoje são empresas, e não países, você rapidamente começa a entender como se deve abordar a responsabilidade por resultados e a responsabilidade em si. A tese de Marga é centrada em dar à prosperidade um significado mais amplo, porque “a nova economia é focada na criação de valor para todos os nossos ativos e todos os movimentos envolvidos que contribuem para a verdadeira prosperidade”.

Eu não me surpreenderia se, muito rapidamente, o New Economy Business se tornasse o manual de eleição do conselho de administração especialmente para as empresas que buscam navegar por um caminho amplo de sucesso em um mundo em que o mercado de capitais e as expectativas da sociedade civil se intensificaram devido às exigências da globalização, da tecnologia e da transparência.

Enquanto o livro desafia “os negócios como de costume”, a autora é fervorosamente pró-empresa, apresentando estudo de caso após estudo de caso, mostrando como um negócio inclusivo se traduz facilmente em desempenho dinâmico e em mais valor.

Fico muito feliz que Marga expressa tão claramente o poderoso impacto da informação e apoia o Relato Integrado com seu foco em vários tipos de capital e no princípio da conectividade. Marga deixa claro que o representa o sistema de informação que dá suporte à visão dela do negócio em uma economia nova. Este é um ponto crucial: vários anos depois da crise financeira global, está na hora de escolher um conjunto de soluções em vez de refletir interminavelmente sobre possíveis opções.

No lançamento, Paul Polman, CEO da Unilever, também validou o . Ele disse que as empresas enfrentam uma série de novos “imperativos” – de cunho social, humano, ambiental, financeiro – e que o ajuda a colocá-los em contexto. A Unilever é uma das mais de 1.000 empresas globais a ser guiada pelos princípios do relato e do pensamento integrado. De fato, escolhendo o tema holandês, a Eumedion, uma organização que é um investidor institucional, reportou recentemente que mais de um terço das companhias holandesas de capital aberto está trabalhando para adotar o Relato Integrado, um número que é reforçado por índices de adoção na França, Alemanha, Reino Unido e em outras economias europeias.

O New Economy Business está cheio de ideias intrigantes que são inovadoras o suficiente para serem interessantes e práticas o suficiente para serem implementadas. Uma que chamou a minha atenção – e eu declaro meu interesse como perito contador – é a ideia que se a gestão de valor é uma característica inerente à empresa, então certamente o papel do diretor financeiro deve evoluir para um que englobe mais do que a maximização do valor financeiro por si só. Marga sugere que o “Chief Value Officer” (CVO), responsável pela gestão do valor, deve substituir o diretor financeiro e ter “uma perspectiva mais abrangente”, com foco na criação de valor e ser responsável pelo Relato Integrado. Talvez seja uma ideia cujo tempo já chegou.

Eu parabenizo Marga pela publicação de seu livro e pela tradução para o inglês, que irá compartilhar suas ideias para um público novo, não somente na Europa, mas em todo o mundo.

Algumas pessoas simplesmente têm “algo a mais” – as qualidades essenciais para mover o ponteiro para o lado positivo: visão, paixão, ideias e – o que é crucial – um plano para fazer a mudança acontecer. Marga Hoek é esse tipo de pessoa. Ela tem o caráter e a força para ajudar a mudar o sistema e salvar o mundo.

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Novo Recurso:

Publicação da Rede Bancária do “Aplicando os conceitos do Relato Integrado de resultados e capital social e de relacionamento no setor bancário”

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Palestra:

Endereço do IIRC para a Força Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas com o Clima

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Blog:

“Capitalizando sobre o valor do relato narrativo”

por Ian McDonald Wood, FutureValue

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Saiba mais sobre alguns dos próximos eventos do na Europa – informe-nos caso você esteja planejando um evento

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