Boletim do IIRC – Edição de Junho 16

04
jul

Potencializando o pensamento integrado por meio do relato do capital humano 

Esta última publicação da série de Criação de Valor do ‹IR› direciona o centro das atenções para o capital humano dentro de uma empresa. Esta é uma área complexa; o capital humano é, por natureza, um recurso altamente variável, influenciado pela geografia e a cultura, pela indústria e a organização. As necessidades que as organizações têm de capital humano também mudam ao longo do tempo à medida que os mercados, a tecnologia e a sociedade se desenvolvem. O gerenciamento e o relato sobre o capital humano é desafiador, mas vital para ajudar as organizações a criar e maximizar valor.

Esta publicação tem como objetivo incitar o interesse tanto das empresas como dos investidores. Ela salienta o valor do relato do capital humano, compartilhando alguns dos desenvolvimentos e experimentações em curso nesta área. Ela também identifica os benefícios da gestão e do relato do capital humano, incluindo os benefícios específicos a serem obtidos com a aplicação do Relato Integrado.

Frequentemente pesquisas revelam as conexões entre o capital humano e a melhoria do desempenho organizacional, com dados sugerindo que entre as organizações que estão experimentando uma redução em seus negócios, quase 60% não deu treinamento a seus funcionários ou o fez insatisfatoriamente.

Helena Morrissey, CEO da Newton Investment Management declarou: “o capital humano é cada vez mais central para a criação de valor e a vantagem competitiva em modelos de negócios de muitas organizações. Os investidores precisam certificar-se de estar dando maior ênfase ao capital humano em suas decisões e avaliações de investimento. É, portanto, essencial que as organizações forneçam mais informações sobre pessoas, incluindo métricas de desempenho e estratégia em seus relatórios. Vemos de maneira positiva iniciativas que ajudam a viabilizar dados e informações mais consistentes sobre este importante capital”.

Um número crescente de organizações está usando o ‹IR› para disponibilizar aos investidores informações sobre como todos os recursos que a organização utiliza e afeta trabalham juntos para criar valor ao longo do tempo. Elas estão trabalhando duro para garantir que os investidores estejam informados sobre como seu capital humano se conecta com os outros capitais – com o capital intelectual, de produção, social e de relacionamento, natural e financeiro.

O IIRC está incentivando um maior alinhamento entre as diversas iniciativas que motivam a mudança nos relatos sobre o capital humano para acelerar o ritmo de desenvolvimento de uma abordagem aceita para o reporte do capital humano, incluindo métricas para o reporte do desempenho e a criação de valor a curto, médio e longo prazo.

Os Curadores da IFRS confirmam a cooperação com o IIRC

A cada cinco anos, os Curadores da Fundação IFRS avalia a eficácia da organização. Eles recentemente publicaram os achados de sua consulta de 2015 que confirma seu papel no Diálogo do Relato Corporativo e a importância de seu trabalho com o IIRC.

Como resultado da revisão dos Curadores da IFRS, os Curadores afirmaram que eles vão “cooperar com, e acompanhar a evolução de, órgãos com responsabilidades por áreas em de todo o leque do relato corporativo (como o Diálogo do Relato Corporativo e o Conselho Internacional para o Relato Integrado – IIRC)”.

O IIRC respondeu à revisão no ano passado afirmando que a fronteira tradicional do relato financeiro se expandiu e, para manter a confiança na relevância e na eficácia do ecossistema do relato como um todo, é vital que as instituições do relato corporativo cooperem para dar certeza ao mercado e mantenham a integridade do relato corporativo globalmente. Nós, portanto, solicitamos que os Curadores da IFRS continuassem trabalhando com o IIRC e participassem do Diálogo do Relato Corporativo. O IIRC fica entusiasmado em perceber que, no espírito da nossa parceria estratégica, os Curadores da IFRS recomendaram ação em consonância com esta resposta e estamos ansiosos por trabalhar em estreita colaboração com eles nos próximos anos para gerar coerência, consistência e comparabilidade no relato corporativo.

‹IR› incorporado a códigos de governança corporativa

Projetos de códigos de governança corporativa tanto na Holanda como na Malásia incentivam a adoção do Relato Integrado. Isto faz parte de uma tendência crescente em todo o mundo para fortalecer os códigos de governança corporativa, muitos dos quais estão sinalizando que o Relato Integrado configura uma melhor prática.

Isto está em linha com a abordagem com base no mercado do IIRC uma vez que solicitamos que reguladores e definidores de padrão removam barreiras à adoção do Relato Integrado, incentivando a adoção voluntária em vez de tornar o ‹IR› obrigatório. Esta abordagem é desenhada para assegurar que as empresas realmente se beneficiem do pensamento inovador necessário para a adoção do Relato Integrado, em vez de ter simplesmente uma abordagem de seleção de itens.

A Comissão de Valores Mobiliários da Malásia divulgou um projeto do Código da Malásia sobre Governança Corporativa para consulta pública. O projeto proposto separa as divulgações em ‘core‘ e ‘core +‘. As empresas devem divulgar a sua adesão às práticas core com base em um critério de aplicar ou explicar uma alternativa, considerando que a categoria core+ consiste de práticas exemplares que as empresas devem buscar alcançar, sendo que as empresas são fortemente inclinadas a adotá-las.

Uma das práticas descritas no core+ é o Relato Integrado, com o projeto dizendo: “a empresa adota o relato integrado com base em uma estrutura globalmente reconhecida”. O resultado pretendido da adoção do Relato Integrados é listado como “a divulgação da criação de valor da empresa é confiável, sistemática e abrangente”.

projeto do Código de Governança Corporativa holandês versa que “No Código revisto, o Comitê deseja dar maior ênfase sobre o foco na criação de valor a longo prazo para a empresa e a empresa afiliada a isso.” Ele vai além: “Esta abordagem reflete alguns desenvolvimentos recentes em que as empresas têm considerado mais os riscos e as oportunidades sob o aspecto não-financeiro da empresa, incluindo os desenvolvimentos na área do relato integrado”.

Novo projeto do King IV Report junta-se à solicitação do IIRC por três mudanças

O IIRC respondeu ao Comitê King de Governança Corporativa na África do Sul, que emitiu o projeto do King IV Report para elogiá-los por sua contínua liderança no avanço de um modelo progressivo e inclusivo de governança corporativa.

O projeto King IV elogia as três mudanças que o IIRC está ativamente pedindo ao declarar: “os conceitos abordados [no relatório] – liderança, a organização na sociedade, cidadania corporativa, desenvolvimento sustentável, inclusão das partes interessadas, pensamento integrado e relato integrado – são relevantes para as três mudanças inter-relacionadas de paradigma no pensamento corporativo”.

As mudanças que o IIRC está propondo:

1. De capitalismo financeiro para capitalismo inclusivo
2. De mercados de capital a curto prazo para mercados de capital sustentáveis a longo prazo 
3. Do relatório com informações sem conexão para o Relato Integrado

O IIRC acredita que essas três mudanças de governança econômica são essenciais para a criação de uma economia global mais segura, estável e bem sucedida. Temos mostrado nos últimos três anos que um sistema de relato corporativo integrado e inclusivo pode oferecer benefícios práticos para empresas e investidores. Acreditamos que agora é a hora para estender estes princípios para reforçar a qualidade da governança econômica e corporativa e levar as recompensas do Relato Integrado a todos, e estamos muito animados em ver que o Comitê King de Governança Corporativa também reconhece a importância de incentivar tais tendências.

Indicações sênior para o Comitê de Governança e Nomeações do IIRC

O professor Kunio Ito da Universidade de Hitotsubashi no Japão e Maria Helena Santana, antiga presidente da IOSCO foram indicados para o Comitê de Governança e Nomeações do IIRC.

Comentando sobre as indicações Paul Druckman, CEO do IIRC declarou: “a experiência, conhecimento e compreensão que Maria Helena Santana e o Professor Ito trarão para o IIRC não devem ser subestimados. Agradecemos a ambos por se juntarem a este comitê e estamos ansiosos por nos beneficiar dos insights que eles têm como resultado do trabalho que desenvolvem em seu respectivo país, onde o Relato Integrado está começando a ser adotado”.

A adoção do Relato Integrado no Japão tem aumentado, com mais de 200 empresas produzindo relatos integrados no ano passado e a expectativa de mais empresas seguirem esse exemplo. O professor Ito foi fundamental para a adoção do Relato Integrado no Japão por meio da Revisão Ito, que se tornou uma importante ferramenta para os conselhos das empresas japonesas, levando a uma transformação no panorama do relato corporativo no Japão.

A revisão enfatizou a necessidade de uma mudança para a gestão de capital centrada na eficiência, a otimização da cadeia de investimento, e a promoção de um diálogo bidirecional entre empresas e investidores, citando o Relato Integrado como um meio eficaz para tal finalidade. Ela é complementada pelo Código de Administração Japonês (Japanese Stewardship Code) publicado pela Agência de Serviços Financeiros que incentiva um diálogo mais aprofundado entre os conselhos das empresas e investidores institucionais.

Maria Helena Santana, antiga presidente da IOSCO, aceitou um convite para juntar-se ao Comitê de Governança e Nomeações do IIRC. Maria Helena Santana é uma figura importante no cenário do relato corporativo no Brasil e tem ativamente aumentado a adoção do Relato Integrado localmente como embaixadora e ex-membro do Conselho do IIRC. Ela foi a presidente da Comissão de Valores Mobiliários do Brasil entre 2007 e 2012, antes disso tendo passado 12 anos trabalhando para a Bolsa de Valores brasileira, a BM&FBOVESPA.

Desde 2014 a BM&FBOVESPA tem incentivado as empresas a adotar o Relato Integrado, com uma recomendação de reportar ou explicar, para relatos integrados ou relatórios de sustentabilidade. Há muita atividade dando apoio ao Relato Integrado no Brasil – a Comissão Brasileira para o Relato Integrado tem mais de 320 participantes, com grupos de trabalho que se reúnem para discutir e desenvolver novas ideias e gerar conscientização dentro do Brasil. Algumas marcas líder no Brasil estão adotando o Relato Integrado como o Itaú Unibanco, a Natura Cosméticos, o BNDES e a AES Brasil.

KPMG publica pesquisa sobre como os relatórios precisam evoluir

A KPMG lançou sua última pesquisa de relato corporativo em um esforço para salientar os pontos fracos e identificar boas práticas, propondo a apresentação de uma gama mais ampla de informações com foco no negócio. O relatório oferece insights importantes sobre o valor das informações para os investidores no sentido de sua capacitação para tomar decisões melhores, tanto agora como no futuro. O relatório afirma: “nossa opinião é que o relato financeiro desempenha um papel central nesta comunicação, mas ele não pode apresentar uma visão completa do desempenho e das perspectivas do negócio sozinho. Os investidores devem avaliar a saúde subjacente da empresa, seu potencial de crescimento e a sustentabilidade a longo prazo de seus resultados”. Continua dizendo que os relatórios anuais atualmente não estão disponibilizando as informações certas para apoiar os investidores na tomada de decisões a longo prazo.

Em seguida, o relatório dá seis recomendações-chave – ou “o que se deve fazer” para melhorar. Isso inclui que o conteúdo deve ser claro e relevante, com uma análise mais aprofundada da estratégia e fornecendo os KPIs que darão a visão a longo prazo e promoverão o alinhamento com a estratégia. Ele analisa que “o relatório anual tem em média 204 páginas. Os relatórios não precisam ser mais longos para serem mais esclarecedores”.

O IIRC recebe com satisfação a análise e pontos de vista de especialistas neste relatório, que aborda os temas comuns que limitam a capacidade do acionista de enxergar além do desempenho financeiro de uma empresa. O autor do relatório, Matt Chapman, gerente sênior, Better Business Reporting KPMG, afirmou “o Estudo da KPMG sobre Business Reporting tem o título Espaço para Melhorias por uma razão. Ao incorporar nos relatórios uma avaliação mais profunda da estratégia, e oferecendo medidas de desempenho para equiparação, o Relato Integrado tem o potencial de entregar essa melhoria”. A conclusão serve como uma grande motivação para todos os envolvidos no relato corporativo: lacunas em informações de desempenho podem, em parte, ser atribuídas a lacunas correspondentes nas descrições do modelo de negócio e da estratégia.

O relatório argumenta que as empresas que estão tomando medidas para resolver a “lacuna significativa entre as informações que os investidores precisam para avaliar a saúde e as perspectivas das empresas e as informações que eles estão recebendo por meio de canais do relato corporativo” têm a possibilidade de perceber que eles têm a base para uma discussão comercialmente focada no desempenho dos negócios com seus investidores. Isso agrega ao crescente volume de pesquisas que demonstram que as empresas têm muito a ganhar com a melhoria de sua divulgação para os investidores, deixando-os mais confiantes de que estão vendo todo panorama em vez de apenas áreas de sucesso.

Matt Chapman escreveu um blog que apresenta esta última pesquisa da KPMG e discute os próximos passos que as empresas devem tomar.

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Pesquisa de Relatos Integrados no Japão 2015: KPMG analisa os 205 relatos integrados autodeclarados no Japão em 2015.

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Novo Nordisk é reconhecida na categoria melhor relato integrado no CR Reporting Awards 2016. Leia o relatório completo do Registro Corporativo aqui.

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