Boletim do IIRC – Destaques de 2016

10
fev

2016: Ano de Conquistas

Richard Howitt, CEO do IIRC avalia um ano que trouxe uma série de avanços para o Relato Integrado e aguarda ansioso por 2017.


2016 foi um ano importante para o Relato Integrado e o IIRC como organização. Foi uma grande honra ser nomeado pelo Conselho para suceder Paul Druckman como CEO no dia 01 de novembro, um dia que também foi marcado pelo lançamento do IV Código de Governança Corporativa King na África do Sul – batizado, é claro, em homenagem a nosso Presidente do Conselho, o Professor Mervyn King. O IV Código King incorpora o princípio do Relato Integrado à governança corporativa da África do Sul, criando o primeiro sistema de governança com base em resultados do mundo. 

Vimos adoções fenomenais do Relato Integrado na África do Sul – e também no Japão – no decorrer do ano, à medida que ele se estabelece como um elemento-chave do sistema de governança corporativa nessas duas economias. Na verdade o jornal Nikkei recentemente fez uma estimativa de que o número de empresas praticando o Relato Integrado somente no Japão aumentaria para 320 em 2017. 

Também vimos conquistas importantes em outros mercados. Estamos muito felizes pelo Ministro das Finanças da China ter entrado para nosso Conselho e manifestado o seu apoio ao Relato Integrado no recém-lançado plano de cinco anos do Ministério. Na União Europeia, a diretiva de relatórios não-financeiros foi estabelecida como um ponto de partida para o Relato Integrado, uma questão levantada pela própria Comissão, quando lançou a Diretiva. Uma recente conferência na Malásia estabeleceu o comprometimento de mais de 20 empresas com o início de sua jornada na adoção do Relato Integrado. África do Sul. Japão. China. União Europeia. Malásia. Diferentes culturas e diferentes modelos de adoção – alguns com uma regulação branda, outros com regulação mais rígida, mas todos apontando na mesma direção. A pergunta que isso me obriga a fazer à medida que eu aproveito o sucesso da equipe e estabeleço um caminho claro para 2017 é: por quê?

Por que tivemos avanços nesses mercados e o que podemos fazer para mudar a tendência global em 2017 e no futuro?

Acredito que três desenvolvimentos sustentaram a transformação em 2016.

  • Em primeiro lugar, a base de evidências está crescendo e é verdadeiramente convincente. Com base em pesquisas acadêmicas anteriores da Harvard Business School e da Nanyang University, temos visto estudos de Stanford e da National University of Singapore que demonstram que as empresas que praticam o Relato Integrado se beneficiam de um menor custo de capital e um melhor desempenho quanto ao preço das ações. O fato de que o Ministro das Finanças da China se comprometeu com uma série de estudos para mostrar a necessidade da adoção do Relato Integrado atesta a importância da pesquisa e evidencia as transições globais para o pensamento multi-capital e a tomada de decisão.
  • Em segundo lugar, tem havido um grande aumento nos exemplos de práticas predominantes com o banco de dados do próprio IIRC agora apresentando mais de 300 empresas que fazem referência à sua utilização da Estrutura Internacional do ‹IR›. Empresas da Nova Zelândia, Austrália, Singapura, Índia, África do Sul, Alemanha, Holanda, Reino Unido, EUA, Brasil, Canadá e muitos outros mercados em todo o mundo estão incluídas. O Relato Integrado é um conceito universal e seu alcance geográfico e setorial é verdadeiramente impressionante. Não somente aproveitaremos essa evolução em 2017, mas o Programa de Treinamento do ‹IR› acelerará a adoção ao dar um suporte mais prático para mercados isolados que precisarem de ajuda para guiá-los em sua jornada no sentido de adotar o Relato Integrado.
  • O terceiro desenvolvimento positivo tem sido um aumento na demanda por parte dos investidores. Larry Fink, CEO da Black Rock, estabeleceu o tom no início do ano com sua mensagem para os CEOs dos EUA e UE, convidando-os a fazer uma declaração anual revelando como suas estratégias entregariam valor a longo prazo. Essa iniciativa teve o suporte de um apelo público do CFA Institute para que as empresas adotem o Relato Integrado como um meio de realizar a visão de Larry Fink. O tom se intensificou na última semana com a divulgação do Relatório da Força Tarefa do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) sobre Divulgações Financeiras Relacionadas com o Clima, presidido por Michael Bloomberg, que afirma que os investidores precisam de divulgações claras, conectadas, oportunas e prospectivas para exercer as suas responsabilidades de gestão e alocar capital de maneira produtiva e sustentável. Um clamor amplificado por parte dos investidores potencializará a adoção do Relato Integrado no futuro. É por isso que fiquei tão feliz que a Rede Internacional de Governança Corporativa (ICGN) incluiu em seu Código de Gerenciamento Global uma recomendação para que as empresas adotem o Relato Integrado. A Coalizão para o Capitalismo Inclusivo, o PRI e o Focando no Capital de Longo Prazo são todas iniciativas que estão ajudando a coordenar e engajar investidores institucionais em uma discussão sobre a criação de valor a longo prazo.


Nossa missão é fomentar a aceitação global do Relato Integrado e é importante que lideremos pelo exemplo. Portanto, este ano publicamos o nosso próprio relato integrado. Foi um verdadeiro desafio até mesmo para uma organização pequena como o IIRC exercitar o pensamento integrado e focar em resultados – substância em lugar de forma – como eu gosto de chamar. Mas nós chegamos a um ponto sem volta, como tantos outros pioneiros na adoção, e a disciplina está se tornando incorporada à organização. Pensamos de uma maneira muito mais de função cruzada, temos uma estratégia clara e prospectiva e cheguei ao IIRC exatamente quando estávamos desenvolvendo os KPIs para 2017, então temos um plano muito mais claro que deverá levar a uma melhoria qualitativa do nosso relatório no próximo ano.

Em 2017, aperfeiçoaremos nossas conquistas de 2016. A participação do IIRC no B20 – o fórum de negócios do G20 – será importante à medida que governos e empresas refletem sobre as recomendações da Força-Tarefa do FSB e sobre como implementá-las. E eu estou ansioso por trabalhar com todos vocês – nossos parceiros e apoiadores, nossos embaixadores e nossos amigos – porque juntos vamos seguir em frente e transformar os avanços importantes de 2016 em uma mudança sustentada com foco na adoção global em 2017 e no futuro. Obrigado pelo apoio de vocês.

Adoção do ‹IR› influenciada pelo mercado e para agradar os investidores em 2016

Um tema claro que surgiu em 2016 é o interesse dos investidores por informações mais abrangentes para embasar suas decisões. Delegados da Conferência ICGN-IIRC foram enfáticos: estão buscando inovação nas ferramentas de tomada de decisão para investidores para que possam ganhar com mais informações sobre a criação de valor de mais longo prazo. Além disso, eles consideraram o Relato Integrado como um ponto central para um melhor diálogo entre investidores e empresas.

Este clamor confirma as conclusões de um relatório elaborado pela PwC, em colaboração com o IIRC, no início deste ano: ‘Não se trata somente das demonstrações financeiras: é cada vez maior a variedade de fatores considerados na tomada de decisão de investimento‘. O IIRC contribuiu com o prefácio deste relatório afirmando que a integração financeira e informações mais amplas devem “levar a melhorias na maneira como [os investidores] gerenciam o risco do investimento, avaliam a dinâmica da indústria e o ambiente regulatório, validam uma tese de investimento e avaliam as informações prospectivas de uma empresa”. A jornada em que a comunidade de investimento está embarcando espelha de muitas formas a jornada pela qual os pioneiros do Relato Integrado passaram, uma vez que incorpora todos os aspectos da criação de valor em seu pensamento.

Como o CEO da General Electric, Jeffrey Immelt, declarou na publicação do primeiro relato integrado da empresa: “Para que os investidores tomem decisões de investimento e voto, não acreditamos que ter mais informações seja necessariamente melhor. Em vez disso, desafiamo-nos a fornecer informações melhores”.

Em 2016, houve a aprovação de uma ampla gama de organizações de investidores. A BlackRock, o CFA Institute, a CalPERS e a Eumedion foram somente algumas das organizações que reforçaram a necessidade da criação de valor a mais longo prazo e o papel do Relato Integrado. 

Fica claro que os participantes do mercado em âmbito global estão caminhando para uma nova visão da criação de valor – tanto por parte da comunidade de investidores como do empresariado. Um relatório elaborado pela AICPA, CIMA e Black Sun em colaboração com o IIRC afirmou que 89% dos executivos entrevistados concordaram que empresas devem entregar um propósito além do lucro. 

O IIRC está liderando a discussão sobre como essa nova visão de criação de valor pode ser incorporada à prática corporativa diária. As Redes do ‹IR› ao redor do mundo continuam a se reunir para desenvolver práticas predominantes para o Relato Integrado, como a Comissão do ‹IR› no Brasil, que abriga a maior rede da família do ‹IR› com mais de 500 participantes. Os profissionais de contabilidade introduziram uma nova rede para organizações de profissionais de contabilidade este ano, liderada por uma parceira do IIRC, a IFAC. O IIRC colaborou com uma série de organizações durante o ano de 2016 para reunir as redes, por exemplo, na França, Alemanha e Rússia. 

Durante o ano de 2016, renovamos uma série de importantes memorandos de entendimento (MoU) com parceiros-chave, incluindo: WBCSD, GRI, IFAC e UNCTAD. 

O IIRC está focado em aumentar a qualidade e a consistência do treinamento para apoiar a adoção global do Relato Integrado. Temos a satisfação de agora estar trabalhando com uma gama de Parceiros que estão oferecendo Treinamento de ‹IR› ao redor do mundo.

O IIRC estabelece seu foco no diálogo e alinhamento – criar as condições para a mudança do sistema em 2017

A Força-tarefa do Conselho de Estabilidade Financeira em Divulgações Financeiras Relacionadas com o Clima fez a chamada mais recente em busca de um maior alinhamento do panorama do relato corporativo. É um lembrete importante de que, sejam quais forem os pontos fortes dos padrões e das estruturas individuais de relato corporativo, o mercado, às vezes, pode ficar confuso ou alarmado devido a uma abordagem aparentemente fragmentada. É por isso que o Diálogo do Relato Corporativo tem sido uma inovação tão importante para compartilhar ideias, desenvolver um mapa panorâmico e começar a articular pontos de vista compartilhados e perspectivas de políticas. O diálogo é a ponte para um sistema de relato corporativo mais coeso e relevante.

O IIRC é um participante entusiasmado do Diálogo e estamos ansiosos para que 2017 seja um ano de mais evoluções sob a nova presidência de Ian Mackintosh. Agradecemos à grande liderança de Huguette Labelle que presidiu o Diálogo desde a sua criação em junho de 2014.

O sistema do relato corporativo não existe em um ambiente isolado e o foco de muitos elaboradores de políticas desde a crise financeira global tem recaído sobre o sistema financeiro em si – a interação entre comportamento, incentivos e recompensas que cria e dá suporte a nossos mercados de capitais, o mecanismo financeiro da evolução econômica. No entanto, a mudança está no ar à medida que os governos e os participantes do mercado financeiro reconhecem que há mais na criação e sustentação do valor e no gerenciamento de risco do que um persistente foco em apenas uma fonte de criação de valor – o “capital financeiro”. Fatores como uma infraestrutura social e ambiental reduzida, o talento e a capacidade intelectual trazem implicações financeiras de longo prazo. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (SDGs), universais em sua aplicação, estabelecem um desafio para os mercados de capitais. É um desafio que o ex-Diretor Financeiro do Grupo Banco Mundial, Bertrand Badré, expressou eloquentemente na Conferência ICGN-IIRC em dezembro em Londres: como os mercados se tornam servos de um propósito mais amplo novamente, porque eles são terríveis patrões.

Assim, quando falamos de diálogo e alinhamento, isso tem um objetivo real: ajudar a transformar a tomada de decisões e o pensamento do mercado de capitais, ampliando o horizonte para que se possa fazer planos hoje para enfrentar riscos e oportunidades conhecidos no futuro. Códigos de governança corporativa e gestão serão métodos importantes para a introdução desses conceitos na linguagem que ressoa com as empresas e os investidores. Sabemos que o relato influencia o comportamento. É, portanto, certo que o relato corporativo se adapte aos novos desafios que o mundo enfrenta atualmente. Seguir adiante com nosso papel dentro desse sistema é um pilar fundamental da estratégia do IIRC, porque o pensamento integrado e o relato podem ser valiosos catalisadores rumo a um sistema de mercados de capitais que foca no longo prazo e tem a inclusão em seu DNA. É um sistema multi-capital e é a essência de tudo o que fazemos.

Organizações intensificando o pensamento, o planejamento e o relato em 2016

Um número crescente de organizações usou a Estrutura do ‹IR› em 2016 para ajudá-las a disponibilizar informações claras, concisas e integradas explicando como todos os seus recursos estão criando valor. Globalmente, 1.500 organizações estão agora emitindo algum tipo de Relato Integrado com mais de 1.200 participantes nas Redes de ‹IR› ao redor do mundo.

Exemplos de práticas predominantes de todo o mundo surgiram no decorrer do ano – alguns exemplos recentes que foram destacados no Banco de Dados de Exemplos do ‹IR› incluem: UBSUnited UtilitiesTata Steel e FMO. O banco de dados destaca as principais práticas em todos os princípios-chave do Relato Integrado e inclui uma seção para relatórios reconhecidos por um processo respeitável de premiação ou por benchmarking. Suas sugestões e recomendações para aqueles que ainda não fazem parte do banco de dados podem ser apresentadas aqui.

Ao longo de 2016 empresas têm dado seu feedback para o IIRC sobre os benefícios da adoção do Relato Integrado, apresentando visões de primeira mão sobre sua jornada na adoção do Relato Integrado:

O feedback sobre nosso primeiro relato integrado foi que as informações estavam mais claras para os stakeholders. A transparência ajudou com banqueiros e investidores – eles compreendem melhor nosso negócio e têm menos dúvidas”. Votorantim, Brasil

Focamos nossos esforços em melhorar a conectividade e a concisão e vemos o desenvolvimento de indicadores-chave de desempenho como a pedra fundamental do nosso Relato Integrado e pensamento integrado”. Indra, Espanha

Por meio do Relato Integrado, resultados econômicos e financeiros podem ser mensurados junto com outros valores-chave, como a satisfação do cliente, os níveis de engajamento dos funcionários e os impactos sobre o bem-estar das comunidades em que o Grupo atua. UniCredit acredita que essa abordagem é fundamental para o entendimento e a criação de valor sustentável”. UniCredit, Itália

À medida que o processo de materialidade do NAB se torna mais integrado, com um filtro totalmente abrangente para questões corporativas e societárias, isso também ajuda a mudar a discussão sobre o desenvolvimento estratégico“. National Australia Bank, Austrália

O Relato Integrado nos ajuda a oferecer uma visão mais clara do valor total que geramos para a sociedade – não somente o valor financeiro“. Gold Fields, África do Sul

Cerca de 80 empresas se engajaram entre si e com o IIRC de maneira proativa na Rede de Negócios do ‹IR› este ano para dar suporte à implementação do Relato Integrado em seu pensamento e relato corporativo. Os destaques incluíram: o projeto de avaliação de relatório (em colaboração com a ACCA) para dar feedback quanto aos pontos fortes e fracos atuais na emissão de relatórios de investidores e especialistas no Relato Integrado; um Dia de Foco da Rede de Negócios do ‹IR› em 8 de dezembro de 2016; e um programa de discussões de tópicos relevantes com estudos de casos práticos e visões de especialistas. Tópicos populares incluíram: conectividade e megatendências; engajamento eficaz de partes interessadas; gerenciamento e reporte em capital humano e intelectual; pensamento integrado; e o papel do Diretor Financeiro no Relato Integrado. 

A Rede de Negócios do ‹IR› continuará ajudando as organizações a evoluir em 2017, o programa para o próximo ano inclui: “super grupos” para implementadores avançados do relato, para desenvolver o pensamento e a prática em áreas prioritárias; parceria com acadêmicos, investidores, provedores de tecnologia e definidores de padrões para informar o pensamento conjunto e os resultados em todo o sistema de relato corporativo; um novo programa de discussões de tópicos relevantes com insights de especialistas e estudos de caso de implementadores-líder do relato; feedback de especialistas em ‹IR› sobre a evolução da emissão de relatórios da organização; e oportunidades para comunicar o pensamento técnico. Para saber mais sobre as Redes do ‹IR›, entrar em contato pelo e-mail businessnetwork@theiirc.org.

Em 2016, o IIRC nomeou um painel de peritos técnicos de várias partes do mundo para apoiar o IIRC em seu trabalho técnico. O Painel da Estrutura do ‹IR› recomendará ao Conselho do IIRC quaisquer revisões, modificações ou atualizações relativas à Estrutura do ‹IR› que sejam necessárias no futuro. A Estrutura só foi publicada em dezembro de 2013 e o feedback do mercado sugere que as empresas ainda precisam de tempo para absorver o Relato Integrado antes que possamos analisar se será necessário fazer mudanças no futuro. Insights sobre a evolução da adoção da Rede de Negócios do ‹IR›, bem como uma revisão mais ampla do mercado e das percepções acadêmicas já foram objeto de feedback para o painel em 2016

Líderes empresariais internacionais e investidores colaboram para a criação de valor de mais longo prazo na Conferência ICGN-IIRC

Nos dias 6 e 7 de dezembro de 2016, a conferência oficial do IIRC, em parceria com a Rede Internacional de Governança Corporativa (ICGN), reuniu 400 pessoas de mais de 30 países ao redor do mundo. Os delegados formaram um grupo diversificado de líderes de empresas, veículos de investimentos, governança corporativa, elaboradores de normas, profissões, universidades e ONGs, mas eles tinham um objetivo comum: explorar formas de melhorar os mercados de capitais para atender às necessidades da atualidade.

Os delegados se reuniram no Tower Hotel em Londres para dialogar com um formidável grupo de palestrantes sobre o papel que diferentes grupos devem adotar para gerar valor a um prazo mais longo (assim como no curto e médio prazo). O professor Mervyn King, Presidente do Conselho do IIRC; Lady Lynn Forester de Rothschild, CEO da EL Rothschild e líder da Coalizão para o Capitalismo Inclusivo; e Bertrand Badré, ex-Diretor Financeiro do Grupo Banco Mundial, estavam entre os palestrantes de destaque convidados, que exploraram as oportunidades para preencher as lacunas entre os participantes dos mercados de capitais.

O evento começou com o discurso de abertura do Professor King e Erik Breen, Presidente da ICGN. O professor King abordou a mudança atual da “praga do lucro a curto prazo” e a miopia de vitórias rápidas para uma época de criação de valor e capitalismo inclusivo. Considerando os recursos limitados do mundo, ele incitou uma reconfiguração do papel do Diretor Financeiro para o Diretor de Valor, incentivando as corporações a olharem direto para a cadeia de valor em seus investimentos, operações e comportamentos. Ele reconheceu a proliferação de dados em nosso mundo moderno, mas aconselhou que “nunca devemos deixar que o conhecimento se perca nas informações”. “Pensamento integrado”, concluiu ele, “é a ponte para manter a criação de valor de maneira sustentável”.

Erik Breen, nesse meio tempo, discutiu a parceria inovadora entre o IIRC e a ICGN. Ele fez referência à crença mútua das duas organizações no princípio da transparência e seus objetivos compartilhados no fomento proposital do engajamento entre as empresas e os investidores e contribuindo para um sistema de mercado de capitais mais sustentável.

Ao longo de múltiplas sessões plenárias, palestras de abertura e workshops, a conferência explorou uma série de questões e temas urgentes, desde o alinhamento do sistema de mercados de capitais às necessidades do século XXI, à construção da credibilidade e confiança quanto às inovações do relato corporativo. Numa sessão sediada pela AICPA, CIMA e Black Sun, os membros do painel e delegados examinaram como a administração considera a criação de valor a longo prazo, enquanto uma sessão plenária presidida por Helena Morrissey, CEO da Newton Investment Management, considerou como os modelos de negócios devem se adaptar às megatendências, tais como desafios ambientais, avanços tecnológicos e a evolução demográfica.

Em várias sessões de estudo de caso, membros do painel discutiram os caminhos e os impactos do relato e do pensamento corporativo progressista. À medida que os redatores revelavam como o Relato Integrado mudou a forma como suas empresas operam, alguns explicaram que os princípios da integração fazem parte da essência de sua empresa há anos. No caso da Danone, por exemplo, o pensamento integrado está incorporado à cultura corporativa desde 1972, quando o CEO da empresa anunciou que a “responsabilidade não termina na porta da fábrica” – um mantra progressista do passado que agora muitos parecem estar adotando – não porque “devem”, mas porque é necessário para o crescimento viável e a estabilidade financeira.

O Diretor Financeiro da United Utilities, Russ Houlden, identificou a “necessidade do século XXI” como a criação sustentada de riqueza em cuja essência estão as empresas. Ele capturou o tom orientado para a ação do evento quando ele chamou empresas, governos e investidores à ação:

  • Empresas: embarquem nesse movimento com o pensamento integrado e o Relato Integrado para contar sua história de criação de valor de maneira clara.
  • Governos: certifiquem-se de que novas leis passem por avaliações de impacto independente antes de serem promulgadas.
  • Gestores de ativos: tornem seu pagamento transparente (como muitos executivos tem que fazer).
  • Detentores de ativos: expliquem que medidas-chave mais amplas vocês consideram fundamentais para a viabilidade das empresas.

Durante a conferência, os delegados se envolveram em debates e pesquisas interativos e postaram um fluxo contínuo de comentários em mídias sociais. O Twitter destacou citações de palestrantes:

  • “O Relato Integrado trata de levar novamente a confiança às empresas por meio da transparência”. Jane Diplock, vice-presidente do Conselho do IIRC.
  • “Nós tentamos entender qual é a perspectiva de valor de longo prazo e como a equipe de gestão está atuando”. Michelle Edkins, diretora da BlackRock.
  • “O que estamos fazendo aqui é fundamental; a maneira como as corporações demonstram que têm uma visão integrada do futuro é crucial”, Bertrand Badré, ex-diretor e Diretor Financeiro do Grupo Banco Mundial.
  • “Temos que nos proteger contra o excesso de divulgação: a questão mais importante é a forma como comunicamos, não simplesmente uma enumeração dos itens”. Michel Prada, Presidente, IFRS Foundation Trustees.

O evento, por fim, criou uma plataforma precisamente focada no aspecto em que o capitalismo inclusivo, o negócio resiliente e a criação de valor multi-capital precisam evoluir – um verdadeiro diálogo com base em experiências compartilhadas, perspectivas diversificadas e compreensão.

Este artigo foi gentilmente cedido por Craig Stratton: www.strattoncraig.co.uk. Fique alerta para a continuação da discussão em artigos de delegados e palestrantes em www.integratedreporting.org

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Assista agora: Richard Howitt em uma de suas primeiras entrevistas como CEO do IIRC, em sua conversa com o jornalista financeiro Robert Bruce sobre a utilização do Relato Integrado como um catalisador para a reforma do mercado.

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O novo livro do Professor Mervyn King já foi lançado: ‘The Chief Value Officer (O Diretor de Valor)

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O está aprimorando a maneira como as organizações pensam, planejam e reportam a história de seu negócio.
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Novo blog: ‘Ianus, perspectiva de longo prazo e o papel do relato corporativo‘ por Superna Khosla, Líder da Política do Relato Integrado, PwC