Boletim do IIRC – Edição de Maio16

20
jun

Reunião do IIRC em Frankfurt 

Uma das maiores bolsas do mundo, a Deutsche Börse, afirmou que “o Relato Integrado tem se tornado a abordagem preferida para a comunicação de qualidade com o mercado de capitais”. A Deutsche Börse estava explorando o papel que o Relato Integrado pode desempenhar ao proporcionar aos investidores convencionais uma visão holística do desempenho de uma companhia e da sua capacidade de criar valor ao longo do tempo. Em colaboração com o IIRC, ela realizou um evento que reuniu diretores de companhias europeias de capital aberto e grandes investidores para discutir como o Relato Integrado pode contribuir para a gestão integrada e melhorar o diálogo sobre investimento.

Grandes organizações alemãs, como a EnBW, o Aeroporto de Munique e a BASF, discutiram como o Relato Integrado beneficiou suas organizações. Elas disponibilizaram exemplos dos seus relatórios no Banco de Dados de Exemplos de Relato Integrado. Esses exemplos demonstram claramente como as práticas de relato dessas organizações evoluíram nos últimos anos.

Esse evento coincidiu com a reunião do Conselho do IIRC, realizada em Frankfurt em 27 de abril de 2016. As reuniões do conselho representam uma oportunidade importante para a coalização global do ‹IR› entender e agir com base em insights dos principais participantes do sistema do mercado de capitais e da área de relato corporativo. Os membros do conselho que fazem parte da comunidade de investimento sinalizaram fortemente que as decisões de investimento estão sendo cada vez mais baseadas em um conjunto mais amplo de informações. O Relato Integrado desempenhará um papel importante ao relacionar essas informações à estratégia e insights sobre os fatores que determinam a criação de valor em uma organização.

Os participantes do Diálogo do Relato Corporativo também se reuniram em Frankfurt para participar de um retiro de um dia mediado pelo professor Richard Barker, da Escola de Negócios Saïd, da Universidade de Oxford. O Diálogo é uma iniciativa que busca atender a demanda do mercado por mais coerência, consistência e comparabilidade entre as estruturas, padrões e requisitos relacionados ao relato corporativo. O retiro foi uma oportunidade para os oito líderes do desenvolvimento da estrutura e as entidades que estabelecem as normas globais explorarem aspectos do sistema de relato corporativo atual. Eles identificaram os diferentes fatores das suas estruturas e padrões, como interpretações divergentes do objetivo da corporação. Eles também exploraram a influência das práticas predominantes, legislação e outros regulamentos e acordos, e os seus impactos no sistema de relato corporativo.

A reunião foi uma boa base para as discussões futuras dos participantes do Diálogo sobre as oportunidades de alinhamento. O IIRC está comprometido a desempenhar um papel para resolver a confusão que muitos sentem com relação ao estado atual do relato corporativo por meio da sua participação no Diálogo do Relato Corporativo. O sistema de relato corporativo tem se desenvolvido de forma isolada em algumas jurisdições e organizações e agora é hora de refletir sobre a melhor forma de desenvolver um sistema de relato corporativo alinhado.

Ligação entre a Diretiva de Relatórios Não-Financeiros e o ‹IR›

A Federação Europeia de Contadores (FEE), a Associação de Contadores Públicos Certificados, a Eumedion e a PwC são só algumas das organizações que mencionaram a Estrutura Internacional do ‹IR› em sua resposta à Comissão Europeia sobre a Diretiva de Relatórios Não-Financeiros.

Na resposta do IIRC à Comissão Europeia, enfatizamos que as orientações não devem ser normativas e devem buscar construir um alinhamento e promover a consistência conceitual com as estruturas em um nível de informação estratégico. O relato não deve ser visto apenas como um exercício de dados, mas como a tomada de decisões estratégicas usando um conjunto mais amplo de informações. A divulgação deve refletir o julgamento da administração, demonstrando como ela usa os dados e os inclui no desenvolvimento de sua estratégia para a criação de valor.

Destacamos a importância da conectividade das informações, que possibilita estabelecer uma relação com o modelo de negócios para alcançar mudanças comportamentais, enfatizando que a conformidade não pode substituir o julgamento.

Outras organizações passaram uma mensagem similar à Comissão Europeia – em um trabalho de posicionamento sobre a Diretiva, a FEE declara: “A Federação acredita que a implementação da Diretiva de Relatórios Não-Financeiros deve seguir a abordagem básica da estrutura do ‹IR› ” porque a estrutura enfatiza a conectividade das informações e “destaca o papel fundamental que a materialidade desempenha”.

Os estados membros também têm feito consultas sobre como implementar a Diretiva. Na Alemanha, Thomas Kusterer, CFO da EnBW, Dr Wienand Schruff, Senior Partner da KPMG, e Christian Strenger, membro do conselho supervisor de várias empresas, incluindo Deutsche Asset & Wealth Management e TUI AG, responderam à consulta local dizendo que o Relato Integrado é necessário para que as companhias possam mostrar sua governança corporativa integrada e o público do relatório da administração, principalmente investidores, possa entender a criação de valor.

Além disso, a Deloitte respondeu ao Departamento de Negócios, Inovação e Habilidades do Reino Unido dizendo, “Em geral, acreditamos que o conceito de relato holístico ou ‘integrado’ é extremamente importante – proporciona às empresas uma maneira de contar suas histórias e aos investidores uma fonte de referência para todos os seus relatos-chave.”

O IIRC continua o trabalho de articulação com a Comissão Europeia e nos estados membros para enfatizar a importância de garantir que a divulgação esteja ligada à estratégia e que a Diretiva obtenha uma maior transparência, aliada ao propósito de fornecer informações mais relevantes e úteis aos mercados.

O resumo de um evento realizado pela FEE e IIRC que discutiu a transição da Diretiva de Relatórios Não-Financeiros para o Relato Integrado já está disponível.

Nomeação do Painel da Estrutura do ‹IR›

O IIRC nomeou um painel de especialistas técnicos de todo o mundo e com várias formações diferentes para ajudá-lo no seu trabalho técnico. O papel do Painel da Estrutura do ‹IR› é recomendar ao Conselho do IIRC revisões, modificações ou atualizações da Estrutura. Quando solicitado, o Painel também fará contribuições sobre o material de orientação desenvolvido pelo IIRC.

Atualmente, mais de 1.000 organizações estão produzindo relatórios integrados e mais empresas devem adotar essa modalidade de relato no ciclo do próximo ano. A Estrutura só foi publicada em dezembro de 2013 e o feedback do mercado sugere que as empresas ainda precisam de tempo para absorver o Relato Integrado antes que possamos analisar se será necessário fazer mudanças no futuro.

Erik Breen, Presidente da Rede Internacional de Governança Corporativa, será o presidente do Painel da Estrutura do ‹IR› – a lista dos outros participantes está disponível no site do IIRC e será atualizada logo após as nomeações.

Anúncio dos Primeiros Parceiros de Treinamento de ‹IR›

O IIRC anunciou os primeiros Parceiros da Fundação de ‹IR› para a realização e promoção do Treinamento de ‹IR›. Essa iniciativa tem como objetivo garantir que haja treinamento suficiente disponível para desenvolver as habilidades das pessoas e capacitar as organizações para implementar o Relato Integrado. Isso segue um período de engajamento e consulta ao mercado que levou ao desenvolvimento da Matriz de Competências de ‹IR› .

O IIRC está trabalhando inicialmente com um grupo selecionado de Parceiros da Fundação de ‹IR› para manter a qualidade consistente em termos globais. Todos os parceiros irão oferecer programas de treinamento desenvolvidos para atingir os resultados de aprendizado estabelecidos na Matriz de Competências de ‹IR›. Para informações sobre treinamento disponível na sua região, por favor, consulte regularmente a área de Treinamento de ‹IR› do site do IIRC, pois mais parceiros serão anunciados nos próximos meses.

Neil Stevenson, Diretor Administrativo – Implementação Global do IIRC, fez a seguinte afirmação a respeito da nomeação dos parceiros de treinamento: “A ACCA, Black Sun e BSD Consulting são as primeiras de uma série de organizações que ajudarão pessoas e suas empresas a desenvolver os conhecimentos, habilidades e comportamentos certos essenciais para a adoção do ‹IR›. Os parceiros de treinamento incluirão consultorias, instituições acadêmicas, associações profissionais e empresas de treinamento. Ficamos muito felizes por receber tantas contribuições positivas de várias organizações de todo o mundo quando desenvolvemos a Matriz de Competências de ‹IR› . Estou animado porque agora podemos nomear parceiros para multiplicar habilidades e aumentar a capacitação para dar suporte à adoção do ‹IR›.”

Ao comentar a sua nomeação, Felipe Arango, Diretor Administrativo da BSD Consulting, afirmou: “A noção fundamental da criação de valor por organizações está evoluindo para incluir várias formas de capital. A mudança do comportamento corporativo em grande escala exigirá a transição na mentalidade da administração e dos investidores para o pensamento integrado. Estamos animados por contribuir para esse esforço, pois os pioneiros que oferecem os programas de treinamento aprovados pelo IIRC em todo o mundo estão capacitando as pessoas que realizarão essa mudança.”

Sallie Pilot, Diretora de Pesquisa e Estratégia da Black Sun Plc, disse: “Estamos muito felizes em ser um dos Parceiros da Fundação de ‹IR›. Por meio do nosso trabalho com o IIRC e nossa pesquisa sobre ‹IR› e tendências em melhores práticas de relato ao longo dos anos, vimos o impacto positivo da adoção pelas empresas de uma abordagem integrada e de longo prazo para a criação de valor. Acreditamos que o programa de treinamento oferece uma trajetória de aprendizado para mudar comportamentos e estimular o pensamento, ação e tomada de decisão integrados nas organizações para ajudá-los a se concentrar na criação de valor no curto, médio e longo prazos. Nossa ambição é fortalecer o comprometimento de todos os tipos de organizações com o foco no desenvolvimento sustentável de longo prazo ao fornecer os métodos e ferramentas de treinamento para prepará-los para promover mudanças”.

IAASB busca construir credibilidade e confiança em formas emergentes de relato

International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) respondeu à chamada para ação do IIRC, encorajando as organizações a fortalecer a credibilidade geral e confiança do Relato Integrado por meio do estabelecimento de um Grupo de Trabalho sobre Relato Integrado. O Grupo de Trabalho foi estabelecido para discutir o pensamento inicial sobre a natureza da garantia em relatórios integrados.

Em julho de 2015, o IIRC publicou um trabalho que resumiu as questões relevantes levantadas no debate sobre garantia no Relato Integrado. O trabalho deixou claro que a garantia precisará evoluir junto com a prática do relato e o IAASB agora está assumindo a liderança no desenvolvimento de orientações. O trabalho de discussão é o primeiro passo para explorar os fatores que influenciam a credibilidade e confiança e entender a demanda dos praticantes para o desenvolvimento de padrões de garantia.

Para o IIRC, o fato de o IAASB estar analisando os vários desafios técnicos que precisam ser considerados é muito positivo. Comparado às centenas de anos de evolução da auditoria de demonstrações financeiras, estamos apenas começando a entender como desenvolver garantias adicionais e é importante que o IAASB assuma um papel central nesse processo.

‘Contar uma boa história’

Holly Hardisty, Consultora de Política, Confederação da Indústria Britânica (CBI), escreve sobre o papel das empresas.

Nos últimos anos, a sociedade tem questionado o que as empresas fazem e como elas fazem.

Nos anos após a recessão, houve um debate acirrado sobre a contribuição das empresas para a economia e a sociedade.

Histórias negativas sobre empresas continuam a aparecer nas manchetes – desde a forma como uma companhia lidou com questões tributárias à remuneração dos seus executivos. Nesse contexto, talvez não seja surpreendente que tenha havido um aumento no escrutínio público e demanda por maior transparência.

As expectativas públicas estão aumentando também. De acordo com uma pesquisa da CBI (pesquisa CBI/YouGov, abril de 2014), a maioria das pessoas concorda que hoje as expectativas com relação às empresas são maiores do que há dez anos.

Mas as empresas têm uma história positiva para contar. Na CBI, acreditamos que, quando as empresas vão bem, todos se beneficiam.

É por isso que a CBI lançou o Grande Debate sobre as Empresas, uma campanha para falar sobre o valor das empresas para o Reino Unido.

Em todo o país, as empresas estão criando e mantendo empregos, colocando dinheiro nos nossos bolsos para que possamos economizar ou gastar. As empresas recolhem os tributos que ajudam a pagar os custos de coisas como escolas e hospitais.

E não podemos esquecer que as empresas fornecem os produtos e serviços de que precisamos, proporcionando desde uma maior variedade e qualidade nos alimentos disponíveis até a inovação e criação de novas tecnologias.

Simplesmente fazendo o que fazem de melhor, as empresas são uma força para o bem da sociedade e da nossa economia.

E muitas empresas vão além. Todos os dias, ouvimos casos de empresas que fazem ainda mais para contribuir para a sociedade.

Por exemplo, aproximadamente três quartos das empresas hoje têm alguma ligação com escolas ou universidades, ajudando o nosso sistema educacional a proporcionar mais oportunidades aos jovens.

Muitas empresas estão encontrando meios de incorporar a responsabilidade em tudo o que fazem – desde companhias como a empresa de gestão de resíduos Veolia, em que 20% do faturamento no Reino Unido provém da economia circular, à padaria Greggs, que ajudou mais de 300 pessoas de grupos marginalizados a se tornarem mais ‘empregáveis’ em 2014.

Na CBI, acreditamos que as empresas precisam fazer mais para contar sua história e falar sobre as muitas coisas boas que fazem.

Fora dos círculos de negócios e políticas, as evidências sugerem que não há muita conscientização sobre as coisas boas que as empresas fazem.

Por exemplo, a pesquisa da CBI com o Ipsos MORI (CBI/Ipsos MORI, Empresas e Tributos – Perigos da Percepção, outubro de 2015) revelou que a maioria das pessoas subestima o valor dos impostos recolhidos por empresas e superestima os impostos que as empresas deixam de pagar.

As empresas claramente precisam falar mais e melhor sobre como fazem a diferença.

Uma posição proativa e confiável sobre as prioridades de relato, compartilhada pela comunidade de negócios, faz parte desse cenário. E também pode contribuir para o crescimento, se o relato puder ajudar as companhias a desenvolver estratégias e políticas de gestão de riscos, além de identificar riscos futuros e oportunidades. Esse é um papel que o Relato Integrado foi desenvolvido para cumprir.

As empresas apoiam a transição em direção à transparência significativa, contanto que a transparência não seja um fim em si.

É também por isso que a CBI criou o Grande Debate sobre as Empresas, como uma plataforma para destacar os fatos sobre o que as empresas fazem e encorajar as companhias a compartilhar suas histórias positivas e estimular uma discussão sobre o negócio e sobre onde podem fazer mais.

Em um mundo cada vez mais interligado, contar uma história positiva sobre as empresas é ainda mais importante. O planeta enfrenta grandes desafios, que vão desde o aquecimento global até a pobreza e mudanças demográficas. A tecnologia e sistemas de informação estão mudando.

As empresas têm recursos, conhecimento e escala para poder fazer a diferença. Então vamos fazer com que as empresas pensem sobre a sua reputação – os valores e ideais que representam.

E vamos encorajar as empresas a pensar sobre a próxima geração e todos os desafios que irá enfrentar.

Vamos mostrar que as companhias não são máquinas sem rosto. Elas são administradas por pessoas, com pessoas e para pessoas.

Vamos provar que as empresas fazem parte da sociedade, não são entidades isoladas.

—————————————————————

Inscreva-se agora na ICGN-IIRC Conference, que será realizada em Londres nos dias 6 e 7 de dezembro de 2016.

—————————————————————


Inscreva-se no prêmio Finance for the Future Awards 2016 até 31 de maio de 2016: 
Uma nova categoria foi adicionada este ano: Comunicação do Pensamento Integrado. Os prêmios são patrocinados pelo ICAEW, A4S e Deloitte.

—————————————————————

Novos blogs:

Insight into DBS Bank‘s latest Annual Report (Insight sobre o último Relatório Anual do DBS Bank) de Mikkel Larsen, Diretor Administrativo & Chefe de Políticas Tributárias & Contábeis, DBS Bank

Synergies between Indian Accounting Standards and Integrated Reporting (Sinergias entre as Normas Contábeis Indianas e o Relato Integrado), do Prof. Sanjay Kallapur, Professor de Contabilidade, Indian School of Business

Paul Druckman addresses the difficult issues (Paul Druckman discute as questões difíceis), de Carol Adams, Professora de Contabilidade, Durham University Business School

Making good decisions (Tomada de boas decisões) , de Katie Scott-Kurti, Chefe de Reputação e Comunicação, CIMA

—————————————————————

Pesquisa Global de Investidores realizada pela PwC em 2016: “89% dos profissionais de investimento acreditam que é preciso mudar a forma como as empresas definem e gerenciam riscos.”

—————————————————————