O poder do Relato Integrado e porque não se deve fazê-lo
Se você acha que tem que fazer o Relato Integrado porque é o que está na moda, já desista aí. Mas se você enxerga no Relato Integrado uma ferramenta para apoiar a empresa a entender se o seu propósito está sendo cumprido ou até mesmo se ele – o propósito – faz sentido no longo prazo, aí sim, abrace o Relato Integrado com todas as forças.
Outro desentendimento é de que adotar princípios do Relato Integrado “desobriga” a adoção das diretrizes da GRI. Desobriga entre aspas, porque nada, absolutamente nada , é obrigatório. Mas não, um não abre mão do outro. São complementares e importantes nos seus papéis.
Essas são as duas dúvidas que mais respondo em reuniões, encontros, palestras, enfim, nas oportunidades que se apresentam, então imagino que sejam recorrentes. Esse texto não é para ensinar como fazer, mas desencorajar a quem não está pronto a fazer por fazer. O processo pode provocar surpresas.
Produzir um Relato Integrado demanda pensar o modelo de negócios vigente. Dá um trabalho grande, mas executá-lo bem feito pode gerar INOVAÇÃO de fato, já que pensar no futuro é uma condição de excelência. Não estou falando de inovação na forma do relatório, no design ou no texto, mas de inovação na empresa, em produtos, serviços, no modelo de negócios ou nas relações, já que haverá uma parada para pensar se o que se faz hoje tem chance de vingar no futuro e nos impactos gerados.
Gerenciar a produção de um Relato Integrado pode ser uma capacidade das áreas de Comunicação ou Sustentabilidade, mas ele só será bom se o exercício de pensar o negócio envolver várias áreas dentro da empresa e outras organizações que têm capacidade ou permissão para influenciar o negócio – para o bem ou para o mal.
Então, listei 8 motivos do por quê você (ou sua organização) não deve entrar nessa de Relato Integrado:
1 – Porque fazer direito dá trabalho;
2 – Porque precisa por os líderes para pensar o negócio;
3 – Porque pode ser que você enxergue que o negócio da sua empresa precisa mudar no curto ou no longo prazo, pouco ou muito;
4 – Porque colaboração é condição;
5 – Porque ouvir precisa ser uma capacidade;
6 – Porque você pode enxergar incoerências;
7 – Porque você talvez tenha que tomar uma atitude;
8 – E o pior deles, porque você pode não estar preparado para inovar.
Vai encarar?