Boletim do IIRC – Edição de Maio/15

17
jun

IIRC se reúne em Londres

O Conselho Internacional para Relato Integrado (IIRC) realizou sua primeira reunião de 2015. Nela, os Conselheiros avaliaram o objetivo do na próxima fase da atividade estratégica, que terá início em 2018.

A discussão sobre a estratégia foi introduzida por Claudia Kruse, Diretora Superintendente, Chefe de Governança e Sustentabilidade da APG, e Simon Walker, Diretor Geral do Instituto de Conselheiros. Walker fez um apelo aos Conselheiros no sentido de garantir que empresas de qualquer porte entendam que “uma boa governança corporativa, o relato transparente e a prática responsável impulsionam o desempenho dos negócios”.

Para marcar a presença do Conselho em Londres, o IIRC conduziu várias reuniões e eventos durante a semana. Um evento de networking patrocinado pela Deloitte contou com a participação de mais de 200 convidados, cujo foco foi “promover a liderança e a criação de valor no longo prazo no mercado de capitais”. Participando do evento, Stephen Haddrill, Diretor Presidente do Conselho de Relato Financeiro do Reino Unido (FRC) elogiou o IIRC pela iniciativa de promover uma visão global comum de relato corporativo que está ajudando a mudar a visão de certo desprezo com relação ao relato para a inovação. Ele mencionou vários eventos que estão criando um ambiente mais positivo, inclusive a introdução de códigos de liderança, que estão incentivando o comprometimento futuro entre os conselhos das empresas e os investidores. Haddrill desafiou o IIRC a aceitar o setor das companhias de pequeno porte listadas em bolsa, negócios que tradicionalmente não chamam muito a atenção dos analistas. Em breve, o FRC apresentará um documento de discussão estabelecendo formas de sustentar as companhias de pequeno porte listadas em bolsa.

Sr. Haddrill também desafiou os investidores, persuadindo-os a contratar os serviços de , de modo a garantir que o relato corporativo se desenvolva de forma a refletir a necessidade de um conjunto maior de informações. Euan Munro, Diretor Presidente da Aviva Investors, respondeu a esse desafio, concordando que, no passado, os investidores tomavam decisões prévias com base apenas nos números. Ele invoca ao setor que se interesse mais por , e afirmou que a Aviva Investors assumirá a liderança, por exemplo, no sentido de caminhar em direção a um modelo de investimento integrado que não os considerará mais como fundos “éticos” separados, uma vez que as mesmas decisões se aplicarão a todos os seus fundos.

Durante a semana da reunião do Conselho, ações foram tomadas para avaliar o trabalho do IIRC junto aos investidores e à comunidade de sustentabilidade. Foi também uma oportunidade para que a Rede de Negócios de e a Rede Pioneira do Setor Público pudessem se reunir, fomentando discussões com as organizações que não conhecem o e aqueles que já trabalham com o , sugerindo maior entendimento. Os blogs de Sarah Grey ( Rede de Negócios)) e Grant Patterson (Rede Pioneira do Setor Público) estão disponíveis para fornecer esclarecimentos sobre essas reuniões.

Líderes de instituições do Reino Unido, principalmente empresas e associações de investidores, também se reuniram durante essa semana para analisar como poderiam contribuir para promover a criação de valor de longo prazo no Reino Unido. Essa é uma área de alta prioridade para muitos grupos profissionais e outras instituições com agendas ativas, cobrindo uma ampla variedade de partes interessadas. A energia da sala mostrou que há um amplo reconhecimento de que o pode desempenhar um papel relevante para alcançar muitos dos seus objetivos individuais. Este boletim traz as últimas notícias de algumas das redes do .

O mercado reconhece o valor do Relato Integrado

O valor do Relato Integrado é amplamente reconhecido no mercado, de acordo com um novo relatório oficial, “Alocando Capital para Retornos de Longo Prazo” (Allocating Capital for Long-Term Returns), publicado pela Generation Foundation, em maio de 2015.

O relatório avalia o avanço com relação às recomendações definidas em seu relatório oficial inicial, “Capitalismo Sustentável” (Sustainable Capitalism), publicado em 2012. A conclusão do relatório é que o novo modelo de capitalismo proposto, que inclui o Relato Integrado, “ganhou o estímulo e o apoio relevantes”.

O relatório afirma que, “Um número crescente de empresas está colocando em prática o Relato Integrado ou está em processo de transição para o Relato Integrado, sugerindo que o mercado reconhece o [seu] valor”. O relatório sugere que essa mudança ocorreu devido à uma série de benefícios que o tem a oferecer, tais como uma visão mais holística sobre o desempenho e uma melhor percepção de risco, estratégia, modelo de negócios, contexto operacional e governança, e conclui que estudos atuais acreditam que as companhias que praticam o Relato Integrado “são capazes de atrair mais investidores no longo prazo às suas bases acionárias”.

O relatório, que foca profundamente na pesquisa de um amplo número de organizações, continua afirmando que “o foco no longo prazo por meio do Relato Integrado é especialmente relevante em um mercado moderno com valores macroeconômicos em mutação, no qual, em média, 84 por cento do valor de mercado das companhias se baseia em ativos intangíveis”.

A Generation Foundation é a iniciativa de proteção da Generation Investment Management, da qual David Blood é sócio majoritário. David Blood tem sido um importante incentivador do Relato Integrado desde o início do IIRC, sendo coautor, juntamente com Al Gore, do “Manifesto para o Capitalismo Sustentável” (A Manifesto for Sustainable Capitalism), publicado em 2011. Nesse manifesto, eles argumentam que “apesar do aumento no volume e frequência das informações disponibilizadas pelas empresas, o acesso a mais informações para os investidores em ações públicas não necessariamente resulta em uma percepção mais abrangente sobre as empresas. O Relato Integrado discute esse problema incentivando as empresas a integrarem suas finanças e seu desempenho ambiental, social e governamental em um relatório que inclui apenas as métricas mais importantes ou relevantes. Isso possibilita às empresas e aos investidores tomarem decisões voltadas para a melhor alocação de recursos, ao observarem como o desempenho ambiental, social e governamental contribui para a criação de valor sustentável no longo prazo”.

Relatório japonês clama pelo

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) do Japão publicou umrelatório para estimular o diálogo entre empresas e investidores, recomendando o Relato Integrado como forma de fornecer a divulgação de informações necessárias para melhorar o diálogo entre as empresas e os investidores, visando aperfeiçoar a criação de valor corporativo.

O relatório recomenda que se estabeleça um ambiente no qual as empresas e os investidores possam desenvolver um entendimento mútuo por meio do diálogo de alta qualidade e criar valor corporativo no médio e longo prazos. O relatório descreve medidas para concretizar uma “nação rica em diálogo”, inclusive a divulgação ampla de informações pelas empresas, aprimoramento das informações úteis ao tomar decisões sobre investimento, estabelecendo um cronograma voltado para a realização de processos direcionados ao diálogo em assembleias de acionistas, e a promoção da “eletronificação” – o uso de nova tecnologia como meio para melhorar as relações.

O IIRC recebe a divulgação deste relatório, no qual o Diretor Presidente da IIRC, Paul Druckman, afirma que “As recomendações deste relatório sem dúvida alguma estimularão um foco renovado sobre um melhor diálogo entre as empresas e os investidores no Japão. Fico satisfeito em saber que o METI chegou à mesma conclusão do IIRC, de que o Relato Integrado pode ser uma forma de aperfeiçoar a criação de valor, como resultado de um melhor entendimento entre a empresa e os investidores sobre informações relevantes para a companhia. As estimativas sugerem que cerca de 180 empresas no Japão estão adotando o e espero que por meio do , e de outras recomendações feitas neste relatório, um melhor diálogo entre as empresas e os investidores fundamentará o crescimento sustentável no Japão”.

O relatório foi divulgado como Código de Governança Corporativa do Japão e começou a vigorar em 1º de junho de 2015. O código incentiva as companhias listadas em bolsa a divulgarem suas histórias de criação de valor, inclusive estratégia, riscos e governança.

CDSB e IIRC assinam declaração de cooperação

O IIRC assinou uma declaração de cooperação com o Conselho de Normas de Divulgação do Clima (CDSB) para olançamento da Estrutura do CDSB, para o relato de informações ambientais e do capital natural nos principais relatórios financeiros, em 8 de junho de 2015.

A declaração de cooperação define a visão compartilhada das organizações sobre um regime de relato corporativo que entregará as informações de alta qualidade necessárias no processo de tomada de decisões no Século 21.

O CDSB e o IIRC acreditam que a mudança climática e a proteção do capital natural são temas cruciais para as empresas, e que divulgações relevantes sobre ambos os temas podem fornecer percepções valiosas sobre o desempenho corporativo, como parte do relato relevante de uma organização. Nesse sentido, o IIRC parabeniza a iniciativa do CDSB e de seus signatários em publicar uma Estrutura de Relato que oriente a divulgação das informações sobre o capital natural por meio de relatórios relevantes.

De acordo com a declaração, o CDSB e o IIRC têm papéis complementares na promoção da relação entre o relato corporativo e o mercado de capitais sustentável. Em particular, a mudança climática provavelmente terá um impacto maior sobre a estratégia e modelos de negócios das empresas ao longo do tempo, exigindo que as organizações respondam por meio do pensamento integrado e se concentrem mais na relevância da criação de valor no longo prazo.

Neil Stevenson, Diretor Superintendente de Implementação Global do IIRC, comentando sobre a declaração de cooperação: “Essa declaração renova o compromisso de ambas as organizações, no sentido de atuarem juntas de modo a inspirar maior inovação no relato corporativo. Uma forma prática de cooperação é o Diálogo do Relato Corporativo, do qual ambas participam e cujo objetivo é melhorar a qualidade e consistência do relato global corporativo, de modo a aumentar a certeza para as empresas e os investidores”.